Braga. O que dizem os rostos das forças políticas sobre o mandato 2021-2025

Já estão em funções desde o passado sábado, 9 de outubro, os novos membros do executivo municipal de Braga. Pelo terceiro mandato consecutivo a coligação Juntos por Braga governa com maioria absoluta, mas até 2025 terá seis deputados, menos um do que no mandato anterior. 

O Partido Socialista, agora com Hugo Pires como principal rosto da oposição, passa a ter quatro vereadores eleitos. A CDU, com Bárbara de Barros, mantém um elemento no executivo municipal depois de quase oito anos com Carlos Almeida a afirmar-se como o rosto da coligação PCP-PEV.

A mudança mais visível surge nos membros socialistas. Hugo Pires passa a ser o principal líder da oposição, mas mantém a seu lado Artur Feio, presidente da concelhia socialista e líder do PS no executivo municipal nos últimos quatro anos. Hugo Pires mantém como objetivo liderar os destinos da Câmara Municipal de Braga a partir de 2025 e terá os próximos quatro anos como grande teste às suas capacidades enquanto opositor de Ricardo Rio e da coligação PSD/CDS/PPM/Aliança.


Pires mantém funções de deputado na Assembleia da República até final da legislatura e diz que ainda não sabe se será candidato nas legislativas de 2023


O militante socialista assumiu à RUM que não pretende abandonar o cargo de deputado da Assembleia da República, pelo menos até ao final da legislatura e não se compromete para 2023. Em declarações à RUM disse que “está a ponderar”, sublinhando que não é tempo para tomar essa decisão. Para Hugo Pires, o seu trabalho enquanto deputado pode ser útil nos próximos anos. “Muitos dos problemas eu posso tentar e ajudar a resolver junto dos organismos”, diz, dando como exemplo a Infraestruturas de Portugal e o Nó de Infias. 

No sábado passado abandonou as funções de dirigente nacional do Partido Socialista “para liderar a oposição em Braga”, garantindo que parte dos seus dias da semana “são em Braga”. O socialista justifica ainda a sua continuidade na Assembleia da República já que um vereador da oposição terá que ter sempre o seu trabalho “seja em Braga, em Famalicão ou em Lisboa”.

Quanto à postura do Partido Socialista no executivo municipal de Braga será de uma oposição “construtiva, que apresentará propostas, que denunciará o que está menos bem na gestão do executivo”, partindo para este novo ciclo “com vontade de resolver os problemas e de estar muito próximo das populações e das forças vivas” tendo em vista a “melhoria da qualidade de vida dos bracarenses. Pires garante que as propostas que constavam no seu programa eleitoral serão “apresentadas” em sede de reunião de executivo.

A CDU elegeu novamente um vereador para o executivo municipal, agora com Bárbara de Barros, que no último ano do mandato 2017-2021 substituiu no cargo Carlos Almeida. A jovem comunista refere a continuidade do trabalho e postura mantida desde 2013, acompanhando as matérias e “sendo a voz das populações e dos grupos da cidade e do concelho”. 

“Continuaremos com esta proximidade e a tentar aproximar as nossas propostas e a nossa ideia de concelho. É um novo mandato, a nossa atuação continuará a ser pautada pelo rigor, pela seriedade, pela competência com que sempre temos desempenhado estes cargos”, reiterou.

Para Bárbara de Barros, a mudança que pode ocorrer nestes quatro anos “deverá ser responsabilidade da atuação do PS nas suas votações”, já que “muitas vezes o Partido Socialista prefere votar com a coligação de direita”, enquanto que a CDU “é sempre a favor de medidas que favoreçam as populações”, aponta.

Ricardo Rio assume as funções de presidente de câmara pelo terceiro mandato consecutivo que já disse que vai exercer até 2025. 

Ao longo dos próximos quatro anos, Ricardo Rio promete aos bracarenses cumprir o seu programa eleitoral. Referindo que muitos projetos dão sequência a áreas prioritárias que começaram a ser desenvolvidas nos últimos anos, o social democrata realça a mobilidade, o acesso à habitação, a componente educativa, a dinâmica cultural e a salvaguarda do meio ambiente.

O eleito pela coligação Juntos por Braga garante uma postura de “abertura, colaboração e diálogo” com a oposição desde que sejam apresentados “contributos vantajosos para a população e para a realidade do concelho”. Apela ainda ao “sentido de responsabilidade dos seus opositores”, no executivo e na assembleia, sugerindo que se afastem da “crítica fácil, quase facebookiana, que põe em causa o sentido de responsabilidade de quem quer governar um concelho”. 

Assembleia Municipal de Braga com representantes de novas forças políticas


O atual presidente do Município de Braga garante que a presidente da Assembleia Municipal de Braga, Hortense Santos, defenderá uma aproximação aos cidadãos, com um mandato em que uma das prioridades será o “reforço da ligação da população com a Assembleia Municipal, através de iniciativas que estreitem esses laços.

Dos eleitos para a Assembleia Municipal de Braga, inclusivamente do PAN, Iniciativa Liberal e Chega, Ricardo Rio espera “contributos” de todas as partes.

Hugo Pires, do Partido Socialista, considera que “vai ter que haver muito mais diálogo” para fazer aprovar medidas em sede de Assembleia Municipal. O vereador do PS refere que nos resultados de 26 de setembro os bracarenses “deram uma oportunidade à coligação” e mostraram que não pretendem que a coligação tenha o mesmo poder, dando ao PS e a outros partidos a possibilidade de encontrarem “outras soluções”. “Teremos uma voz mais ativa e com uma ação política pela positiva”, afirmou.

A CDU perdeu um deputado face a 2017 na Assembleia Municipal de Braga ficando agora com três eleitos. Reconhecendo que a coligação de direita continua a deter a maioria com os presidentes, com as novas forças políticas, Bárbara de Barros espera que este órgão ganhe “mais credibilidade e dignidade” por força da discussão política “mais aprofundada”. Apesar de ter menos um eleito, garante que a CDU vai “contribuir para dignificar cada vez mais as assembleias”.


Defensores da transmissão em direto das Assembleias Municipais, os eleitos da coligação PCP-PEV prometem “manter a qualidade e a dedicação de sempre” sendo certo que continuarão a defender “um site próprio e um local próprio para a Assembleia Municipal de Braga”.

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Elsa Moura
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