Abstenção preocupa os oito partidos na corrida às eleições autárquicas

A abstenção é o fator que mais preocupa os partidos na corrida às eleições autárquicas de 26 de setembro, nesta última semana de campanha em Braga.


De acordo com a sondagem para a RUM/Diário do Minho, elaborada pelo Instituto de Pesquisa de Opinião e Mercado Lda (IPOM), se as eleições autárquicas se realizassem no passado domingo, Ricardo Rio, candidato da coligação Juntos por Braga, seria reeleito presidente do município de Braga com 55,5% dos votos, resultado que representaria uma nova maioria absoluta e o melhor resultado de sempre, elegendo oito vereadores, mais um do que há quatro anos. Quanto à abstenção, essa fixar-se-ia nos 47,7%, batendo o máximo de 42,3%, registado nas eleições autárquicas de há quatro anos.


A RUM auscultou os oito candidatos sobre estes dados à margem do debate deste domingo.


Coligação Juntos por Braga teme que sondagem venha a contribuir para o agravamento da abstenção.


Ricardo Rio, recandidato a liderar os destinos do Município de Braga num terceiro e último mandato, desvalorizou os resultados da sondagem realizada pelo IPOM, apesar de lhe atribuir uma nova e mais expressiva maioria absoluta. Porém, mostrou-se preocupado com os níveis previstos de abstenção. “Uma eleição com um nível de abstenção próximo dos 50%, é uma eleição que não está a cumprir o exercício democrático na sua plenitude”, declara.

O social democrata confessa que espera que estes dados não contribuam para o agravamento dos números referentes à abstenção, visto que é “importante que os bracarenses exerçam o seu direito de voto para que possam contribuir para escolher o futuro do concelho”. Ricardo Rio sublinha que a vitória não é dada como adquirida.


“PS é a única alternativa de poder à coligação de direita”, Hugo Pires.

Segundo a sondagem do IPOM, o candidato do PS terá no dia 26 de setembro, o pior resultado de sempre, 23,3%. Hugo Pires recusa este resultado, uma vez que pela sua experiência nas ruas os dados “não batem certo”. “A verdadeira sondagem será no domingo”, refere o socialista. “O PS é a única alternativa de poder à coligação Juntos por Braga. Um voto no PAN, na CDU ou no BE é indiretamente um voto nesta coligação. Quem quer mudar e fazer Braga avançar deve votar na alternativa, no PS”, apela.

Hugo Pires aproveitou o momento para acusar o executivo liderado por Ricardo Rio, nos últimos oito anos, de “inoperância e incompetência”.

CDU rejeita leituras antecipadas em relação ao sufrágio de domingo.


“Nós na CDU, não prestamos atenção a este género de sondagem”, começa por dizer aos microfones da Universitária a candidata Bárbara de Barros. A comunista diz partir com “confiança” para este sufrágio, visto que ao longo dos anos tem mantido uma relação de proximidade com os bracarenses.

Bárbara de Barros garante que o partido está comprometido a “representar os interesses” dos bracarenses, logo esse fator irá determinar um “menor impacto” da abstenção.

“Temos a certeza que depois de quatro anos de proximidade teremos a confiança dos bracarenses”, refere Bárbara de Barros. 

“Não estamos tranquilos com este resultado”, Alexandra Vieira.


De acordo com a sondagem, o Bloco de Esquerda é atualmente a terceira força política na cidade bimilenar, o que significa que os bloquistas podem substituir a CDU no executivo municipal. Ora, para Alexandra Vieira esta sondagem reflete os quatro anos de trabalho em que o BE tem dado voz às questões dos bracarenses que até então não foram tidas em conta.

“O Bloco de Esquerda tem tudo para ser a terceira força política em Braga”, acrescentando que o partido irá colocar, sempre, as pessoas no centro das suas preocupações.

Já sobre a abstenção, considera os números preocupantes.

“Não acredito nesta sondagem”, Eugénia Santos.

Na corrida pela primeira vez, Eugénia Santos, candidata pelo Chega, diz não acreditar nesta sondagem e avançou que o partido nunca irá aceitar entrar numa coligação com o PSD. “Acho inacreditável e não acredito que os bracarenses que têm problemas no Fujacal, na Praça de Bocage, Bairro Nogueira da Silva, Bairro da Alegria e Andorinhas, que têm filhos em algumas escolas primárias sem condições como é o caso da Frei Caetano Brandão, que os Bombeiros e a GNR que não t~em condições para trabalhar e servir o cidadão, duvido que seja verdadeira”, declara.


Eugénia Santos que se apelida como a “voz de todos os bracarenses de forma transversal”, frisa que esta última semana será decisiva. O Chega terá como meta “desmistificar as ideias do partido para a cidade dos arcebispos e demonstrar que estão próximos das pessoas, sempre com uma postura “frontal e realista”.

Margem de erro de 3.5 pontos percentuais pode fazer toda a diferença para o PAN.

Esta é a primeira vez que o PAN concorre às eleições autárquicas de 26 de setembro. Para Rafael Pinto, esta margem de erro pode significar um resultado cinco vezes superior, principalmente para a Assembleia Municipal, onde o Partidos das Pessoas, dos Animais e da Natureza pretende ter representatividade. para dar “voz ao planeta em Braga”.

Recorde-se que em dois anos, o PAN fez 138 questões ao executivo municipal. “Estamos aqui para trabalhar”, afirma.

No que toca à abstenção, o ambientalista sublinha que nunca existiram tantas opções num sufrágio, contudo as pessoas não querem votar porque, na sua ótica, estão desiludidas com décadas de PS e PSD. “Há pessoas que estão a lutar por causas e não por interesses pessoais”, acusa.

Livre acredita que o partido vai conseguir um bom resultado.

Também a concorrer pela primeira vez, Teresa Mota realça o fato da margem de erro ser realmente grande, logo tecnicamente é possível para partidos mais pequenos que o resultado seja totalmente diferente. “Apresentamos propostas inovadoras, diferentes e importantes para que o resultado seja outro”, sustenta.

O Livre não acredita, com base no contacto com os bracarenses, que a Coligação Juntos por Braga vá conquistar a maioria absoluta, algo que para Teresa Mota “não é de todo desejável”.

Iniciativa Liberal apela à mobilização contra a abstenção.

Olga Batista, outra das estreantes na corrida às autárquicas, defende ser preocupante que 50% da população esteja “alheada do que se passa na sua cidade”. A liberal lança a questão “o que nós políticos andamos a fazer?”

Olga Batista pretende que os candidatos pensem com “consciência e responsabilidade” sobre os dados revelados pela sondagem da RUM/Diário do Minho. Recorde-se que esta é a eleição com a maioria representatividade de partidos políticos, mas mesmo assim a abstenção pode atingir um nível histórico.

O Iniciativa Liberal parte para esta eleição com o espírito de que “qualquer valor a cima de zero será um ganho”. 

Partilhe esta notícia
Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Alumni pelo Mundo
NO AR Alumni pelo Mundo A seguir: Galiza Mais Perto às 21:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv