CDU quer regressar à vereação. Habitação e mobilidade na lista de prioridades

“Fizemos falta nos últimos quatro anos na Câmara Municipal de Guimarães”, começa por referir em entrevista à RUM a candidata pela CDU, Mariana Silva. Neste sufrágio a Coligação Democrática Unitária apresenta candidatos às 48 freguesias do concelho assim como à Assembleia Municipal.

Os problemas ao nível da habitação são uma das prioridades. A candidata da Coligação Democrática Unitária denuncia a existência de mais de 400 pessoas em lista de espera, em Guimarães, para conseguir uma casa social. Mariana Silva apresenta três linhas orientadoras que, na sua ótica, podem ajudar a resolver o problema da habitação no concelho, estas passam pela criação e construção de habitação pública, mas também pela reabilitação de casas abandonadas quer no centro quer nas freguesias.

“As opções políticas dos últimos 32 anos passaram por ignorar o problema e deixar o setor na mão dos privados, por isso é que temos um planeamento urbanístico completamente disperso” afirma.

Neste momento, as famílias de classe média também estão a demonstrar algumas dificuldades em fazer face às rendas avultadas praticadas no concelho. Um T1 pode ir desde os 600 aos 850 euros. A candidata apela ao equilíbrio, ora isto pode ser conseguido através das licenças. “Por todas as licenças de habitação que são passadas, uma percentagem dessas habitações deveria ser obrigada a estar a preços acessíveis”, defende.

Mariana Silva vai mais longe e acusa Domingos Bragança de fazer “promessas” em período de eleições que não irá cumprir, visto que há quatro anos “tinha previsto a construção de 66 casas com rendas acessíveis” e até à data “não construiu nenhuma”.

Como vai Guimarães atrair população?

Para a CDU, o concelho não tem sido capaz de atrair os jovens que estão a sair da Universidade do Minho, visto que é preciso criar postos de trabalho mais qualificados e com vencimentos mais interessantes para esta faixa etária. A candidata da CDU propõe o reforço da política económica no concelho, de modo a cativar mais empresas.

CDU quer criar o Cartão Municipal do Cidadão.

No programa eleitoral da CDU existe a intenção de instituir o Cartão Municipal do Cidadão. Trata-se de um passe que vai garantir o acesso a equipamentos municipais, eventos e transportes a preços reduzidos ou gratuitos para jovens, pessoas com mais de 65 anos, desempregados e/ou para outras situações socias frágeis.

Sendo que a maior parte da população vimaranense não habita no centro da cidade, este seria um importante incentivo à utilização dos transportes coletivos e contacto com iniciativas culturais. “Se tivermos freguesias em que o último autocarro é às 18h ou 19h é impossível que a população usufrua de programas mais extensos de cultura”, sustenta.

Mariana Silva propõe que os transportes públicos sejam gratuitos para todos, mais horários e uma ligação às 48 freguesias do concelho. “Temos de olhar para o transporte público como uma área em que tem de se investir e não se pode esperar lucro”, refere. 

Em relação à ligação Guimarães – Braga, a candidata diz estar a aguardar por um estudo sério, sendo que considera que projetos como o metrobus ou o tramway “saem da gaveta cada vez que há eleições ou a comunidade chama o assunto”.

A CDU pede uma mobilidade mais verde, por ferrovia, entre todo o quadrilátero.

Mais políticas direcionadas para o bem-estar animal e ambiente.

Mariana Silva revela, em entrevista à RUM, que o projeto previsto no Plano de Recuperação e Resiliência com a meta de despoluir o Rio Ave não irá abranger os seus 80 quilómetros, mas sim 40. Algo considerado insuficiente pela CDU.

A candidata pede que este seja um processo “claro” com o contributo de todos os concelhos por onde o rio passa. Será fundamental que as indústrias, principais responsáveis pela poluição do afluente, sejam obrigadas a ter ETARS próprias.

Para o bem-estar animal, a CDU exige o aumento da capacidade do Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia de Guimarães e contratação de mais recursos humanos.