Descarga no Rio Este. Agere vai apresentar queixa-crime por ato deliberado

A Agere vai participar criminalmente contra terceiros, a propósito da descarga no rio Este que provocou a morte de centenas de peixes esta quinta-feira. A posição foi assumida pela administração da empresa municipal que, numa nota enviada às redações, confirma que foi “a obstrução do coletor de saneamento de águas residuais da Avenida de S. Bento, em Este S. Pedro provocou uma descarga de águas residuais no rio Este”.
Em declarações à RUM esta tarde, o administrador da Agere, Rui Morais, explicou que a denúncia chegou pelas 9h00, sendo que duas horas depois a empresa encontrou a zona de descarga: “uma caixa de visita da Agere, com cerca de seis metros de altura, que estava cheia de entulho de obra”. Tijolos, pedras, esferovite e outros objetos. O coletor, recorda o responsável, “é batido mais do que uma vez por ano e a última manutenção aconteceu a 17 de agosto”. “É o que nos faz pensar que é um ato deliberado porque é algo que não aparece de um dia para o outro”, nota.
Aos microfones da RUM, Rui Morais assume “estranhar que a mesma situação já foi verificada há 4 anos, em igual período pré-eleitoral e nesta mesma zona”. “Foi preciso abrir a tampa e descarregar para ali esse entulho e portanto nunca poderia ser de origem natural”, acrescenta.
Questionado sobre se este material poderia conter substâncias tóxicas que provocaram a morte dos peixes no rio, Rui Morais lembra que “havendo transbordo, o próprio saneamento retira oxigénio ao próprio rio”, sublinhando apenas o facto deste ter sido “um ato criminoso e deliberado”. O administrador garante que a Agere “vai fazer todos os esforços para identificar o autor”.
