Diretora do CLIB lamenta “burocracia excessiva” para acolher refugiados

A diretora do Colégio Luso Internacional de Braga (CLIB), Helena Pina Vaz, afirma que o trabalho realizado para acolher refugiados em Portugal acontece “graças à sociedade civil”.

Apesar das sucessivas intervenções e manifestações dos responsáveis políticos em Portugal nos últimos dias, nomeadamente os ministros da Defesa e da Administração Interna, Helena Pina Vaz, com seis anos de experiência de acolhimento de refugiados de guerra, assume pouca esperança no sucesso do acolhimento de refugiados afegãos. A instituição já se manifestou disponível para acolher refugiados deste país, mas a responsável diz que em Portugal o processo “corre muito mal, faz-se muito pouco e se ainda se faz alguma coisa é graças à sociedade civil que nunca desiste”. A responsável não quer que o CLIB “passe ao lado” desta situação internacional, mas assume que pela experiência adquirida corre-se mais um risco de “esbarrar”.


Uma das situações que coloca a diretora do CLIB reticente está relacionada com uma família síria, a residir na Turquia há dois anos enquanto espera para ser acolhida em Braga. Segundo Helena Pina Vaz, a família foi contactada “no início de junho” que voaria para Portugal nesse mesmo mês. Entregou a casa alugada, vendeu as mobílias e foi entretanto informada de que não voaria. “A única explicação dada é que há um problema burocrático com um membro desta família. Já lá vão dois meses, temos a casa pronta para os receber e continuam a dizer-nos que há um problema burocrático”, explica.

Helena Pina Vaz discorda de alguns dos procedimentos, nomeadamente uma outra justificação apresentada pelo SEF e que continua a impedir a viagem desta família síria para o nosso país. A responsável admite “não perceber” a justificação do SEF que “alega não ter tido possibilidade de entrevistar estas pessoas aos campos e que, portanto, tem o processo muito atrasado”. “Com os meios que há hoje de recolher informação e de a partilhar eletronicamente, não se percebe que o SEF precise destas visitas pessoais em situações de emergência”, critica. Na opinião desta responsável, as questões referidas implicam apenas “perda de tempo e desperdício de recursos”.

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Elsa Moura
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