Virar a Página ajuda atualmente cem famílias, mas precisa de voluntários

A organização solidária ‘Virar a Página’, em Braga, está prestes a atingir as duzentas mil refeições fornecidas a famílias carenciadas, depois de mais de um ano de trabalho que começou com a crise provocada pela pandemia.
Entretanto, com a reabertura da economia e o fim do confinamento, o número de famílias a necessitar de ajuda reduziu para 98. O nível de exigência continua e, diariamente, os voluntários deslocam-se ao Centro Paroquial de Gualtar para colaborar nas tarefas, desde o armazenamento de donativos, à confeção de refeições e terminando na entrega porta a porta.
Com o verão e as férias em curso, Helena Pina Vaz lamenta, no entanto, a escassez de voluntários e apela à solidariedade da população, reiterando que para ajudar não é obrigatório cozinhar, até porque esta é uma tarefa que pode afastar algumas pessoas.
A redução das equipas de voluntários é “natural” porque “muitas pessoas estão fora e muitos jovens estudantes de fora ajudam durante o ano, mas nesta altura regressam às suas casas”. Por isso, Helena Pina Vaz apela à solidariedade dos bracarenses para que ajudem neste período a levar até à casa dos mais carenciados as refeições.
O fornecimento de refeições tem sido garantido através de donativos “regulares” e excedentes de cantinas e, nos meses mais recentes, com a retoma da economia, muitas famílias abdicaram da ajuda deste movimento voluntário.
“Notamos que há uma diminuição da procura e um aumento pequenino de pessoas que se autonomizam na sequência de encontrarem trabalho”, constata a responsável.
Continuam à procura de um espaço para a instalação da cantina no centro da cidade
O Virar a Página mantém-se em funcionamento no Centro Paroquial de Gualtar, e a organização continua à procura de um espaço no centro da cidade para instalação da cantina, necessitando ainda de um outra estrutura para guardar donativos não alimentares, como mobiliário. “Precisamos de ter onde armazenar para quando for necessário termos forma de resolver”, explica, reconhecendo que já recusou donativos por falta de espaço para os guardar.
Em declarações à RUM, Helena Pina Vaz fez questão de sublinhar a solidariedade da população da freguesia de Gualtar. “As pessoas têm sido extraordinárias, é uma comunidade acolhedora. Tem sido uma ajuda extraordinária. Encontramos quase todos os dias uma oferta à porta e sabemos que muitas vezes são de vizinhos que têm quintais”, elogia.
(Os interessados podem inscrever-se através da página ‘Virar a Página’ no Facebook ou via contacto telefónico para o CLIB).
