Profissionais de saúde juntam-se para articular estratégias e melhorar cuidados prestados

O Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, é uma das duas unidades hospitalares do país a testar metodologias que serão seguidas por outros hospitais. A informação foi avançada pelo presidente do conselho de administração do Hospital vimaranense, Henrique Capelas, na abertura das Jornadas de Investigação Clínica e Atividade Cientifica, que decorrem esta terça e quarta-feira, na cidade berço.
“Existem apenas dois hospitais que foram selecionados a nível nacional, um no Sul e outro no Norte, nomeadamente o de Guimarães, que estão interligados com a Agência De Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), no sentido de desenvolver um projeto-piloto que possa vir a criar centros de excelência a nível hospitalar, ou seja, estão a ser desenvolvidas metodologias que irão ser aplicadas e seguidas por outros hospitais”, realçou o responsável.
“Sinergias entre Cuidados de Saúde Hospitalares e Primários” é o tema destas primeiras jornadas nacionais.
Na sessão de abertura, Pedro Guimarães Cunha, diretor do centro académico e formação do Hospital de Guimarães, explicou que o objetivo passa por “trocar estratégias, discutir metodologias e criar novos espaços de colaboração científica”. O médico aponta o “desenvolvimento de uma dimensão universitária e académica que a investigação clínica deve cultivar”. Pedro Guimarães Cunha fala ainda de “novas sinergias entre cuidados de saúde primários e hospitalares, que dotam a região e o país de uma diferente estratégia de produção científica e avanço da qualidade assistencial”.
“Guimarães é um território completamente aberto a modelos colaborativos”
O ACES de Famalicão acolhe, muitas vezes, alunos de Medicina da UMinho para concluirem os seus estágios. Este ano, foram acolhidos 16 internos de formação específica, 14 da academia minhota.
Para Frederico Abreu, presidente do conselho clínico do ACES Famalicão, “a especialidade de medicina geral e familiar tem uma grande componente de investigação e grande parte dos estudos nascem nos estágios hospitalares”. “A investigação científica e clínica promove uma melhor qualidade de saúde e para nós, profissionais, nada mais nos dá do que uma satisfação muito grande por, com novas técnicas e conhecimentos, proporcionar isto aos utentes”, acrescentou.
O presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, apela à colaboração dos diferentes hospitais da região, no sentido de reforçar a rede hospitalar para benefício de toda a população. O autarca apelou também à articulação “dos centros de saber e investigação do território”, porque, para si, “a inteligência individual tem que mobilizar a inteligência coletiva”. “A abordagem de qualquer investigação é multidisciplinar e Guimarães é um território completamente aberto a modelos colaborativos”, garantiu.
Emília Monteiro, da PtCRIN – Portuguese Clinical Research Infrastructure -, destacou “a ambição” da iniciativa na internacionalização da investigação clínica. “Todos precisamos uns dos outros e a Covid veio demonstrar a importância da articulação dos cuidados de saúde hospitalares e primários”, frisou.
Teresa Machado Luciano , Agência De Investigação Clínica E Inovação Biomédica, deixou ainda o desafio de integrar os cuidados continuados nas redes de investigação. “Não podemos só ver doentes, temos que saber como os vemos e investigar para tratar ainda melhor”, finalizou.
