“O grande desafio que temos pela frente é assegurar a redução das importações”

“O grande desafio que temos é assegurar a redução das importações”, afirma o Ministro de Estado, da Economia e Transição Digital, na sessão, que teve lugar esta terça-feira na reitoria da Universidade do Minho, de mobilização dos empresários, autarcas e investigadores para o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Na sua intervenção, Siza Vieira alertou para o facto de em Portugal “cada euro investido representar 0,60 cêntimos de importações”. Já “cada euro exportado representa 0,40 cêntimos de exportações”. Para inverter esta tendência é premente, de acordo com o Ministro, investir e desenvolver tecnologias e equipamentos industriais dirigidos para as industrias em que o país demonstra uma maior especialização.

“Gostaria muito que se constituíssem, aqui, consórcios que pudessem ajudar os setores mais tradicionais como o têxtil, no sentido de gerar alianças”, refere Siza Vieira.

80% do setor têxtil em Portugal está instalado na região minhota


Segundo Mário Jorge Machado, presidente da ATP – Associação Têxtil E Vestuário De Portugal, este é o “maior cluster europeu”, que tem vindo a contribuir com 5 milhões de euros em exportações. O alumni e empresário participou na mesa redonda, moderada pelo professor da Escola de Economia e Gestão, Fernando Alexandre, “Desafios e Oportunidades do PRR”, que contou também com a presença de António Carlos Rodrigues (Grupo Casais) e Graça Coelho (Cachapuz). 

Neste momento, para o responsável da Estamparia Adalberto, o único problema do PRR é a quantidade “reduzida” de verbas alocadas ao setor. O empresário elencou o exemplo espanhol em que serão canalizados perto de 10 mil milhões de euros para o setor do têxtil e moda. Em Portugal serão 150 milhões para o conjunto de três setores ligados à moda, onde se inclui o têxtil e vestuário.

“Portugal não pode ter como ambição ser, apenas, o destino de férias dos europeus”, alerta. Para o empresário é fundamental investir em formação “ao longo da vida”, de modo a que estas empresas consigam continuar a dar cartas, por exemplo, em questões da economia circular. Atualmente, Portugal já se destaca na reutilização de água, utilização de resíduos alimentares e integração de materiais em fim de vida.


1.300 milhões serão alocados à capitalização das empresas


O Governo tem este montante do PRR reservado para a capitalização das empresas, sendo que existe a possibilidade de reforçar este “programa” com mais mil milhões de euros. As verbas serão utilizadas no sentido de recapitalizar as empresas que foram mais afetadas pela pandemia. Contudo, no futuro, o montante será também direcionado para strartups.

Siza Vieira anuncia também que o Governo irá apoiar 30 processos produtivos integralmente digitalizados. A ideia é que sejam as startups a experimentar e utilizar esses sistemas para poderem desenvolver produtos.

Partilhe esta notícia
Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Elisabete Apresentação
NO AR Elisabete Apresentação A seguir: Sérgio Xavier às 13:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv