AM aprova regulamento do Centro Coordenador de Transportes de Braga

Foi esta segunda-feria aprovado, em sede de Assembleia Municipal de Braga extraordinária, o regulamento de utilização e funcionamento do Centro Coordenador de Transportes de Braga. O documento foi aprovado com os votos favoráveis da coligação Juntos por Braga e com a abstenção dos deputados do PS, BE e CDU.

O objetivo passa por garantir o serviço público de apoio ao funcionamento dos transportes coletivos de passageiros, mas a CDU acusa a maioria de direita de apresentar um investimento muito abaixo das necessidades – 50 mil euros -, para intervenções pontuais. 

Os comunistas referem que este é um valor “irrisório para quem quer gerir com dignidade este equipamento”. Os deputados da CDU lembraram as declarações de Ricardo Rio no ano passado, que descartou um grande investimento na Central de Camionagem já que a prioridade do município passa por investir no novo centro intermodal de transportes em conexão com o transporte ferrovirário, questionando assim a data do investimento. “Para quando será? 2026? 2030? Não sabemos”.

A bancada comunista voltou ainda a manifestar preocupação com os funcionários de limpeza e vigilância daquela infra-estrutura, sugerindo que sejam efetivados nos quadros da Câmara Municipal de Braga.

BE diz que “só muda o nome” e acusa município de estar preocupado com os alugueres

Já a deputada do BE, Alexandra Vieira, afirmou que só muda o nome, acusando a autarquia de “só estar preocupada com os alugueres que vai cobrar às pessoas que há décadas têm os seus pequenos negócios num local votado ao abandono”. Os bloquistas voltaram a alertar para a “necessidade de repensar a rede de transportes coletivos no concelho de Braga, incluindo a perspetiva interconcelhia, uma das formas de tirar os automóveis do centro da cidade”.

CDS-PP aplaude estratégia e lembra que antes de intervenção profunda é preciso encontrar investimentos

Já o CDS-PP lembra que em 2013 a gestão da Central de Camionagem de Braga não era da autarquia e sublinha que a regulação ficou apenas resolvida em 2019. O deputado centrista, Gonçalo Castro, realçou que antes da requalificação profunda é necessário encontrar investimentos. Os custos anuais para o funcionamento do centro rondam os 430 mil euros. O centrista referiu que a fonte de rendimento vai basear-se num “modelo de utilização ocupação por entidades privadas mediante o pagamento de uma taxa”. Os rendimentos “serão canalizados para sustentar os custos de funcionamento, a sua manutenção e melhoria futura”.

O centrista referiu ainda que a empresa privada Transdev já realizou um estudo, estimando em mais de três milhões de euros o investimento necessário para a transformação do Centro Coordenador de transportes de Braga.

PS lembra que central de camionagem serviu “amplamente as necessidades” quando foi construída

Os deputados socialistas abstiveram-se na votação. O deputado João Nogueira respondeu ao deputado do CDS, acusando o partido de manifestar posições contraditórias. “Às vezes o discurso do CDS é um bocado paradoxo. Por um lado defendem menos Estado, e aqui pelos vistos vieram defender mais Estado”, atirou. O socialista recordou que a discussão estava no regulamento e não o trabalho do PS no poder, vincando que a Central de Camionagem, aquando da sua construção, “serviu amplamente as necessidades do município”, tornando-se com o passar do tempo “pequena e menos confortável”.

PSD dá nota de novas valências para o espaço, incluindo uma agência de viagens

Joaquim Barbosa, deputado do PSD, sublinhou que o executivo liderado por Ricardo Rio sempre se preocupou com o equipamento e adiantou que estão em equação novas valências para o espaço, nomeadamente uma agência de viagens, assim como a promoção da cidade para passageiros estrangeiros e informações turísticas. O deputado social democrata elogiou o trabalho desenvolvido pelos serviços camarários tendo em vista a preparação de obras “imediatas” com casas de banho, nova sinalética e conforto. Ainda assim, o investimento estará dependente da ligação à nova estação intermodal e o futuro BRT. A central “deixará de ser uma garagem de veículos de qualquer empresa, passando a ser assegurada a igualdade de oportunidades”, realçou.

A Central de Camionagem de Braga apresenta condições de degradação avançadas, e ao longo de muitos anos tem sido alvo de críticas por parte dos utilizadores e passageiros deste equipamento público. 

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Elsa Moura
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