Reitores defendem regresso progressivo do ensino presencial a partir de março

O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) considera que o ensino à distância “é uma solução de recurso para usar durante o mínimo tempo possível”. Em declarações à Renascença, António de Sousa Pereira abordou os problemas que o Ensino Superior está a sentir em mais uma adaptação a esta realidade.

A situação é “incontornável”, mas o presidente do CRUP não tem dúvidas de que afeta a aprendizagem dos alunos. O também reitor da Universidade do Porto dá os exemplos de cursos como Medicina, Medicina Dentária ou Química que dependem obrigatoriamente da componente prática para concluirem, de forma devida, a sua formação. 

Por essa razão, admite a hipótese de, tal como aconteceu no ano passado, os cursos poderem vir a ser prolongados no tempo, caso não existam alterações. “Ou prolongados ou ter as suas cargas horárias reforçadas no sentido de os estudantes poderem adquirir as competências que têm de adquirir”, esclarece António de Sousa Pereira.

Além disso, tal como acontece com os alunos mais jovens, também no Ensino Superior vários estudantes não tinham os equipamentos necessários para acompanhar as aulas online. Essa realidade está “ultrapassada”, de acordo com o presidente do CRUP, ao contrário da questão da internet.


“Até podemos dar um router… Não adianta, não serve, se ele [estudante] não tem rede no sítio onde mora”, diz Sousa Pereira, acrescentando que é “mais frequente do que se pensa” e que é “errado pensar que isto só acontece nas zonas recônditas do país”.

Devido a estes fatores, António de Sousa Pereira considera que a melhor solução é o regresso do ensino presencial para as áreas clínica, laboratoriais e oficinais no início do próximo mês. “Queremos, no final de julho, entregar os diplomas aos nossos estudantes com a consciência de que estamos verdadeiramente a lançar no mercado de trabalho pessoas que têm as competências que nós atestámos que eles têm”, argumenta.


Numa outra perspetiva sobre o impacto da pandemia, o presidente do CRUP revela que, “contrariamente ao que se pensava, no concurso de acesso que decorreu em plena pandemia, a frequência do Ensino Superior aumentou e muito”. Explica que, “ao instalar-se uma crise económica sem precedentes”, isso terá “alertado as consciências dos jovens, que perceberam, de uma forma óbvia, que a solução para lutar contra o desemprego é ter mais qualificações”.



c/Renascença

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