“Instituto de Educação tem sido crucial para a evolução do sistema educativo nacional”

Aos 45 anos, e com um ano marcado por grandes desafios, o Instituto de Educação (IE) da Universidade do Minho já prepara o futuro.
Mas há quem não esqueça a sua história. O secretário de Estado da Educação, João Costa, referiu, na sessão do aniversário, que “é impossível olhar para os 45 anos de políticas educativas em Portugal, sem falar dos 45 anos do Instituto de Educação da UMinho”. “Tem sido parceiro de vários governos e crucial para a evolução do sistema educativo nacional, através do conhecimento científico que produz e que nos permite ter políticas baseadas em evidências e não em opiniões”, acrescentou.
A casa onde moram “grandes pensadores e cientistas da educação” é aquela onde João Costa decide recorrer quando quer falar sobre educação.
“O grande desafio é conseguir equilibrar os projectos de ensino com recursos docentes”
A formação é o grande desafio do IE, no futuro. Devido ao envelhecimento do corpo docente, há, neste momento, um desiquilíbrio no número de professores nas diferentes áreas. O equilíbrio, lembrou o presidente do Instituto, Leandro Almeida, depende de “novos recursos humanos”.
“O grande desafio é conseguir, analisando o futuro, equilibrar os projectos de ensino com as suas realidades em termos de recursos docentes”, afirmou.
No entanto, a falta de professores já se começa a sentir no país, disse o presidente, fruto da aposentação e da descredibilização da própria profissão, e o próprio IE “perde professores todos os anos”. Este é também um grande desafio para o Instituto, já que coloca em causa alguns projectos e a sustentabilidade desta unidade orgânica. Dentro de pouco tempo, o IE estima perder um terço do corpo docente, devido a aposentações. A este propósito, Leandro Almeida, aproveitando a presença do secretário de Estado, apelou ao Governo que invista na “qualidade da formação e nas carreiras docentes” para que mais jovens escolham esta área de formação.
O Instituto de Educação da Universidade do Minho quer atrair mais jovens para a carreira docente e apostar em novas áreas do ensino, ao nível do 2.º ciclo. Leandro Almeida pretende estabelecer parcerias com outras escolas da UMinho para viabilizar novos mestrados.
“Existem bastantes candidaturas aos mestrados de jovens que querem abraçar a carreira docente. Estamos a tentar, com as outras escolas, nomeadamente Escolas de Ciências e Instituto de Letras e Ciências Humanas, encontrar parceiros que nos ajudem a viabilizar outros cursos de mestrado, em áreas como Filosofia ou Físico-química.
“Estou certo que o Instituito vai ser capaz de encontrar uma nova forma de lidar com a formação de profissionais
Rui Vieira de Castro tem no IE a sua casa de formação. O reitor considera que o instituto vai ter que “afirmar a sua relevância num campo de formação de professores que tem hoje circunstâncias e desafios novos”. “Estou certo que o Instituito vai ser capaz de encontrar uma nova forma de lidar com a formação de profissionais, que são essenciais para que tenhamos uma escola democrática, justa e inclusiva, que corresponda às aspirações da nossa população”, vincou.
O reitor lembrou ainda a aposta forte que a UMinho fez na formação de professores no início da sua história. Rui Vieira de Castro considera que o IE tem que recorrer ao conhecimento acumulado ao longos dos anos para responder aos desafios e continuar a ser uma “referência nacional”.
Na sessão do aniversário foi entregue o “Prémio Almedina” a Maria Jose Moreira e foram homenageados os docentes aposentados em 2020, Alberto Araújo e Maria de Lurdes Dionísio.
