Lídia Dias garante que a transformação da cultura em Braga não depende do resultado a CEC 2027

A vereadora da Cultura na Câmara de Braga, Lídia Dias, assegura que a transformação da cultura no concelho não está dependente do resultado da candidatura bracarense a Capital Europeia da Cultura (CEC) 2027.

A candidatura portuguesa vencedora é conhecida já em 2023 mas a vereadora assegura que a estratégia cultural do concelho para os próximos dez anos, que é a base teórica da candidatura de Braga e cuja versão final foi apresentada no último mês, “é muito mais do que a Capital da Cultura” e tem o objectivo de, na próxima década, “conceber a cultura como um bem essencial no concelho, para que as pessoas entendam que ir a um concerto ou comprar um livro é tão importante como qualquer outra área de vida”.

O vencedor da candidatura a CEC vê uma verba de 25 milhões de euros atribuída pelo ministério da Cultura e Lídia Dias assume que, caso a candidatura bracarense não seja bem sucedida, “pode haver desalento” nos anos seguintes, mas deixa a garantia de que vai existir “um reforço do orçamento municipal na área cultural”.


O plano para a cultura bracarense dos próximos dez anos está dividido em quatro fases distintas, entre 2021 e 2023, 2024 e 2026, 2027, e entre 2028 e 2029. A divisão, sublinha Lídia Dias, permite que o plano seja aplicado independentemente de quem esteja no poder autárquico, assinalando que a estratégia cultural 20-30 é “uma boa herança” deixada pela coligação à direita, formada pelo PSD e CDS.


“Tenho a certeza de que esta estratégia não vai trazer nenhum tipo de esqueleto no armário. Estou à vontade para dizer que este é um excelente documento de trabalho para a coligação que está em exercício ou para outros que venham nos próximos anos”, afirma.



Fábrica Confiança é “assunto ultrapassado”

A estratégia cultural bracarense para a próxima década foi aprovada em reunião de executivo e assembleia municipais, com os votos a favor de CDU e Bloco de Esquerda


Apesar dos elogios ao documento, os partidos à esquerda apelaram a que o município requalificasse a antiga Fábrica Confiança para dar mais corpo à estratégia, mas Lídia Dias reitera que a reabilitação do edifício é “um assunto ultrapassado e não está em hipótese ter outro desenvolvimento”.


A vereadora lembra que o plano de acção já contempla a reestruturação de outros equipamentos, como o hub previsto Escola Francisco Sanches, que pretende acolher criações artísticas, associações culturais, uma galeria do Eixo Atlântico e um espaço dedicado ao arquivo municipal.



Será lançado apoio para artistas independentes

O documento da estratégia cultural inclui uma análise na qual é dito que o movimento de artistas independentes ainda está por explorar em Braga. Nesse aspecto, a vereadora da Cultura admite que o município ainda “precisa de conhecer o meio” e está, nesta altura, a “identificar esses agentes”.


Enquanto esse trabalho é desenvolvido, o município vai lançar, em breve, um regulamento para apoiar os artistas independentes. “Estamos a trabalhar para colocá-lo cá fora e se possa uma call para estes artistas. São artistas que, neste momento, nem se conseguem apresentar em espaços mais pequenos, como bares”, explica.

A estratégia de Braga 2020-2030, que tem em conta os primeiros objectivos da candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura em 2027, prevê uma rede de equipamentos culturais em todo o concelho, programas de formação para agentes culturais locais ou residências artísticas colaborativas.

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Pedro Magalhães
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