CDU quer travar estacionamento abusivo no Rossio da Sé

O vereador da CDU criticou, na reunião de Câmara desta segunda-feira, o estacionamento abusivo que tem sido recorrente no Rossio da Sé, em Braga.
Neste momento, é permitido o estacionamento a pessoas com mobilidade reduzida, que participem nas cerimónias religiosas.
O presidente da autarquia, Ricardo Rio, garante que, por isso mesmo, “não há necessidade de medidas mais restritivas do que as que existem”. “Temos um acordo que permite que o Rossio da Sé seja utilizado para estacionamento de viaturas, mas pressupomos que quem vai lá estacionar sejam pessoas que tenham algumas limitações. Um utente normal não necessita de lá estacionar é uma lógica de boa fé”, acrescentou.
Para Carlos Almeida, a posição de Ricardo Rio é “ambígua”, já que “em outras matérias a Câmara não faz e não deve fazer isto de deixar à boa fé de quem pratica”.
“A Câmara tem responsabilidade no ordenamento do trânsito. O Rossio da Sé está muitas vezes a abarrotar de automóveis estacionados, algo que põe em causa a valorização patrimonial e ambientalmente também não é uma boa opção”, afirmou o comunista.
O vereador da CDU defendeu ainda que “a Câmara deve ter conversações com as instituições e encontrar alternativas, garantindo os direitos de mobilidade a pessoas com dificuldade”. “Neste caso parece-me que precisava de uma medida mais séria”, finalizou.
No decorrer da reunião do executivo municipal, o presidente da autarquia procurou saber a opinião do Partido Socialista sobre o assunto. Artur Feio não quis comentar, por desconhecer a polémica que a situação tem gerado, sobretudo nas redes sociais, e por não ter sido um tema discutido internamente no partido. No final, aos jornalistas, o vereador do PS esclareceu que “já há muitos anos que o PS vem reclamando que o estacionamento no centro histórico devia ser regrado”. “O PS foi aquele que concebeu um centro histórico que durante muitos anos foi o maior centro pedonal da Europa, com a expectativa de salvaguarda do património histórico. Não podemos ser a favor desta forma pouco regrada de se estacionar no centro, sendo que, naturalmente, há pessoas com mobilidade reduzida que devem ser acauteladas”. O socialista não deixou de relembrar “a questão do S. Geraldo”, já que a Câmara está “a pagar uma renda de 12 mil euros por mês há mais de dois anos, ainda sem um projecto, sem absolutamente nada para o edifício”.
