Plano de Recuperação e Resiliência é janela de oportunidade para a UMinho

A Universidade do Minho está confiante que irá conseguir, pelo menos, um projeto aprovado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência. O documento foi apresentado, esta terça-feira, durante a cerimónia dos 45 anos da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, no campus de Azurém, pelo Secretário de Estado do Planeamento, José Mendes.

As instituições de ensino superior vão poder concorrer a um programa que irá disponibilizar um total de 930 milhões de euros através das agendas mobilizadoras. Estas visam combinar o conhecimento das universidades com o das empresas. Para tal são necessários projectos maduros em quatro blocos: resiliência, transição climática, transição digital e recomendações 2019/2020.

Esta pode ser uma janela de oportunidade para os “tempos duros” que a instituição de ensino superior minhota terá pela frente, como anunciou o reitor da UMinho.

À RUM, Rui Vieira de Castro, referiu que este é “um sinal positivo” para as academias. “A nossa expetativa, evidentemente, é a de que para os vários programas as universidades sejam elegíveis. A UMinho e a sua Escola de Engenharia têm um enormíssimo portfólio de colaborações com as empresas na promoção de projectos em parceria. Nessa área em particular estamos bastante à vontade. Portanto, estamos preparados”, afirma o reitor que não esconde o optimismo e confiança na instituição. “Certamente”, a UMinho irá conseguir ter, pelo menos, um projecto aprovado no âmbito destas agendas mobilizadoras.

O responsável máximo aproveitou o momento para enviar uma mensagem ao Governo em nome de todas as universidades públicas portuguesas. O assunto diz respeito aos problemas crónicos das academias: falta de programas que permitam a renovação do corpo docente, recuperação dos edifícios e modernização das infraestruturas pedagógicas e científicas. “Sem esse esforço e investimento ficamos menos à vontade para responder a estes desafios”, alerta.

UMinho quer apostar em cursos de curta duração.

Rui Vieira de Castro considera que a UMinho não pode ficar indiferente à crise social e econômica que está a chegar, fruto da pandemia de Covid-19. Nesse sentido, a academia deve refletir sobre a necessidade de qualificar e/ou requalificar pessoas. Os cursos de curta duração, muito específicos, são uma “oportunidade que a UMinho deve explorar”.

EEUM pode ser um exemplo “inspirador” para o resto do país.

O Secretário de Estado do Planeamento, José Mendes, que ocupou entre 2009 e 2015 o cargo de Vice-Reitor para a Valorização do Conhecimento na UMinho, marcou presença na cerimónia dos 45 anos da Escola de Engenharia. Em declarações à Universitária, não faltaram elogios a esta que é, também, a sua casa.

“Se há algo que distingue esta escola de outras escolas de engenharia do país é que de facto teve sempre uma grande capacidade de se relacionar com a sua envolvente. Criou um ecossistema de inovação e empreendedorismo. É isso que o país precisa hoje”, assegura.

“Tomorrow needs engineering”.

Esta é a nova assinatura de marca da Escola de Engenharia da Universidade do Minho. Uma mensagem que a presidência espera que leve o nome da academia minhota além fronteiras. 

Pedro Arezes, presidente da EEUM, explica que o slogan escolhido surge em inglês, visto que o objectivo passa por cativar, cada vez mais, alunos internacionais. A mensagem demonstra que a EEUM acredita no futuro, no seu valor e sobretudo, crê que o amanhã precisa de engenharia.

O futuro será feito através de novos projectos de investigação, neste momento são já mais de 130. O presidente expõe que as áreas chaves serão a engenharia aeroespacial e a indústria alimentar.

A EEUM vai instalar alguns laboratórios em São Cosme (antiga Didáxis) numa instalação que será brevemente apresentada. Já em Guimarães, no Complexo da Fábrica do Arquinho vão nascer três laboratórios para vários grupos da EEUM em que o foco será a engenharia aeroespacial.