Bicho-da-seda pode ser a chave para baterias e adesivos mais eficientes
E se o casulo do bicho-da-seda fosse mais eficaz que componentes industriais criados especificamente para as baterias de lítio? Este é um dos focos do projecto pioneiro de investigação de Rui Pereira, investigador do Centro de Química da Universidade do Minho.
O trabalho visa encontrar soluções mais naturais para as problemáticas das baterias, janelas inteligentes e adesivo dérmicos. Essa resposta está escondida nos casulos do bicho-da-seda (Bombyx mori) de onde são extraídas as fibras de seda que são utilizadas para o sector têxtil, posteriormente esse material será reconstruído em “esponjas, membranas e/ou filmes transparentes”.
De acordo com os resultados obtidos, as “condições óptimas” a nível de performance das baterias foram registadas com a utilização do próprio casulo sem este passar por qualquer transformação.
Todavia, o investigador não acredita que a utilização do casulo possa ser a solução final. Rui Pereira defende que este trabalho fornece “um leque imenso” de fundamentos teóricos sobre materiais mais naturais que podem resolver problemas de um modo mais ecológico.
Na área da saúde, o Centro de Química está a trabalhar num adesivo dérmico mais natural.
De acordo com o responsável a investigação já conseguiu provar que estes adesivos, com base em sericina da seda, têm uma capacidade antimicrobiana. Rui Pereira explica que actualmente já é possível incluir um determinado fármaco no dispositivo que será libertado na pele do utilizador. Este adesivo está a ser criado com base na reconstrução de casulos.
No caso das janelas inteligentes, que parecem ser o futuro nas denominadas Smart Cities, a ambição passa por conseguir modelar o tipo de energia que entra nos edifícios. Ou seja, em condições óptimas no Verão será possível manter a casa fresca e com luz ambiente, mas sem radiação.
