Investigadores da UMinho são os primeiros portugueses a receber o prémio da HFES

Álvaro Sampaio, António Pontes, Paulo Simões e Pedro Arezes, quatro investigadores das Escolas de Engenharia e de Arquitetura da UMinho, são os primeiros portugueses a receber o prémio da Sociedade Americana de Ergonomia e Fatores Humanos (HFES), pelo melhor artigo de 2019 na revista Ergonomics in Design, relacionado com um sistema que identifica instrumentos cirúrgicos deixados nos pacientes. 

A ideia surge de uma “conversa informal com pessoas da área da saúde, nomeadamente médicos e enfermeiros”. Quatro investigadores da UMinho “procuravam problemas que pudessem ser auxiliados”. Da conversa surgiu uma problemática: a contagem dos intrumentos cirúrgicos. A tarefa, dizem os especialistas, “demora muito tempo”, algo que não abunda “numa cirurgia”, revelou à RUM Álvaro Sampaio.


Todos os anos é deixado material cirúrgico no corpo de pacientes, devido a negligência e ao stress na mesa de operações. A situação é mais frequente nos Estados Unidos da América, mas também acontece em Portugal. 


O estudo de Álvaro Sampaio, António Pontes, Paulo Simões e Pedro Arezes analisou e mapeou áreas de contacto entre as mãos dos cirurgiões e sete tesouras cirúrgicas. A ideia foi assegurar, através da avaliação dos próprios profissionais, que a posição do RFID (identificador por rádio frequência) não perturba na manipulação dos instrumentos. “Imagine-se que cada instrumento cirúrgico tem um código, que pode ser lido com um leitor, e, em vez de se contar um a um, passa-se a mão por cima dos instrumentos e com o leitor contam-se todos instantâneamente”, explicou Álvaro Sampaio. 

“Cremos que este é um importante contributo para diminuir este tipo de ocorrência e assim aumentar de forma manifesta a segurança dos pacientes”, diz Álvaro Sampaio. O trabalho multidisciplinar inovou nos padrões das áreas de contato mão-produto, isto é, no modo como o utilizador interage manualmente com um artefacto. “Esta metodologia pode ser aplicada na conceção e desenvolvimento de outros produtos, em especial para interações similares, pois escasseiam técnicas padrão para caraterizar e avaliar áreas de contacto entre a mão e os produtos”, notou o investigador.


Ainda sem data prevista para ser implementado, o estudo valeu uma distinção internacional à equipa da UMinho. 

“Não esperava que fosse possível, fiquei surpreendido. É uma honra. Receber um prémio destes dá-nos algum orgulho pessoal e é gratificante”, adiantou. 


O galardão vai ser atribuído no Congresso Anual da HFES, que decorre de 5 a 9 de outubro a partir de Chicago, nos EUA.  O júri  juntou 50 figuras de universidades de topo e instituições como Google, NASA e General Motors.

É a primeira vez que o prémio criado há três décadas distingue portugueses

O artigo premiado intitula-se “Hand-product contact point detection on surgical instruments: a user evaluation”. A HFES é uma das sociedades mais influentes do mundo em ergonomia. Nasceu em 1955 em Los Angeles, tem 65 filiais na América do Norte e Europa e reúne mais de 4000 profissionais.

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Liliana Oliveira
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