PS Guimarães recorda “camarada presente e cidadã atenta e participativa”

“Uma camarada presente que deixa um legado muito importante na cultura e educação de Guimarães”. Luís Soares, presidente do Partido Socialista vimaranense, recorda Francisca Abreu como uma cidadã participativa e uma responsável política que deixa um legado que ficará na memória da sociedade de Guimarães. Francisca Abreu, antiga vereadora no município vimaranense, faleceu esta quarta-feira, aos 66 anos, vítima de AVC. Desde ontem ao final do dia que se sucedem as homenagens a Francisca Abreu.
Luís Soares, actual presidente do PS Guimarães afirma que a partida “prematura” deixa os socialistas “num momento de profunda consternação”. O também deputado na AR recorda a camarada “muito presente, mas sobretudo uma cidadã atenta e participativa na vida e na sociedade vimaranense”. “Deixa-nos um legado muito importante. As últimas grandes causas e que tiveram grande visibilidade foram na área da cultura, mas gostaria de destacar o papel relevantíssimo que Francisca Abreu desenvolveu na Educação em Guimarães”, afirma.
O líder socialista vimaranense recorda os mandatos em que Francisca Abreu esteve na vereação da educação, período “em que se assistiu a um desenvolvimento ímpar da política educativa, como elemento central do combate às desigualdades num território que era muito desigual”.
Para Luís Soares, as políticas educativas da responsabilidade de Francisca Abreu, permitiram “dar uma nova oportunidade a muitas famílias e a muitos jovens que tinham um destino à partida que não era aquele que depois a escola pública permitiu transformar”.
Luís Soares acredita que o legado de Francisco Abreu “perdorará nas memórias dos vimaranenses”.
Francisca Abreu foi agraciada em 2019 com a Medalha de Mérito Municipal.
“Nascida em Vilarinho, Santo Tirso, Francisca Abreu frequentou o ensino secundário no Liceu Nacional de Guimarães, tendo sido interna do Colégio do Sagrado Coração de Maria, onde integrou o grupo juvenil que aí desenvolveu uma marcante intervenção cultural.
Na década de 1970 frequentou a Universidade de Coimbra onde foi ativista estudantil.
Licenciada em Filologia Germânica, foi professora e dirigente em diversos estabelecimentos de ensino até ser colocada na Escola Secundária Martins Sarmento, em 1982/1983, vindo ali a ser eleita Presidente do Conselho Executivo durante dez anos de 1987 a 1998.
De 1994 a 1998 foi deputada à Assembleia Municipal de Guimarães.
Em 1997 foi eleita Vereadora da Câmara Municipal sendo-lhe atribuídos os pelouros da Educação e da Cultura e a presidência da Cooperativa Municipal “A Oficina”.
É como vereadora da cultura e presidente de “A Oficina” que desenvolve um abrangente e intenso programa de criação e instalação de equipamentos e de produção artística que afirmou Guimarães, no início do século XXI, como polo central da cultura de todo o noroeste peninsular.
É uma época onde Guimarães, iniciada a reabilitação patrimonial do seu centro histórico, definiu como prioridade das suas políticas urbanas a aposta na vivência cultural dos seus espaços patrimoniais para, conjugando modernidade com história, encontrar uma via de afirmação cultural integradora e valorizadora da nossa comunidade residente e atrativa para além das fronteiras da cidade.
Construído o Centro Cultural Vila Flor, inaugurado em 2005, é com Francisca Abreu que é promovida a política de promoção cultural que leva o governo da República a escolher Guimarães como a terceira cidade portuguesa, depois de Lisboa e Porto, a candidatar-se a Capital Europeia da Cultura.
Foi a responsável pela elaboração da candidatura que mereceu a aprovação da União Europeia, e membro do Conselho de Administração da Fundação Cidade de Guimarães, entidade criada para a realização de Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012.
O sucesso de Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012, momento histórico da nossa vida coletiva, constitui exemplo para toda a Europa de como uma cidade média, a partir do envolvimento de toda a população, podia realizar um evento de amplitude europeia, ficando em muito a dever-se à visão cosmopolita, arrojada e integradora, da então Vereadora Francisca Abreu.
A herança e marca cultural que deixou nos seus mandatos, o caráter interventivo com que sempre, desde a juventude, pautou a sua forma de ser cidadã e a sua permanente disponibilidade e dedicação à Comunidade que cedo a acolheu são hoje amplamente merecedores do reconhecimento público que lhe prestamos.
Francisca Abreu é licenciada em Filologia Germânica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi professora do Ensino Secundário, Presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária Martins Sarmento, de 1987/88 até 1997/98 e formadora de docentes.
De 1994 a 1998 foi membro da Assembleia Municipal de Guimarães.
De 1998 a 2013 foi Vereadora da Educação e Cultura da Câmara Municipal de Guimarães, Presidente da Direcção de A Oficina, régie-cooperativa responsável pela gestão e programação cultural do Centro Cultural Vila Flor, desde a sua abertura, em 2005. Desde 1999 foi Conselheira para a Igualdade e responsável pelo gabinete de promoção da igualdade de género, Espaço Informação Mulher.
Francisca Abreu foi responsável pela candidatura de Guimarães a Capital Europeia da Cultura e foi membro do Conselho de Administração da Fundação Cidade de Guimarães, instituição criada para criação, gestão e realização do programa cultural de Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura.
