Em 18 anos ocorreram em Braga 2.535 acidentes com ciclistas que custam 38 ME

Entre 1999 e 2017, ocorreram no concelho de Braga “2.535 acidentes com ciclistas”.

Para combater estes números, a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta promoveu, esta quinta-feira, um protesto em todo o país. Em Braga cerca de 30 ciclistas, na Avenida da República.

Mário Meireles, da Associação Braga Ciclável, lembrou que os acidentes com bicicletas custam, em Braga, “38 milhões de euros” e “ao país 2,5 mil milhões de euros”.

“As infraestruturas da cidade permitem que se pratiquem alguns excessos e promovem o uso do automóvel, há, por isso, uma necessidade redesenho de toda a infraestrutura”, apontou o responsável.

Segundo Mário Meireles, “se um veículo a 50 km/hora atropelar um ciclista a probabilidade deste morrer é de 80%, a 30 km/hora é de 10% e acima dos 50 km/hora é morte quase pela certa”.

Em Braga, dize, “faz falta uma rede ciclável, que permita as deslocações dentro da cidade em segurança”, mas também a fiscalização. “Por cada multa passada em Portugal, são emitidas 20 na Holanda e 5 na França”.

Embora seja certo que uma parte dos bracarenses nunca deixará de usar o automóvel, na estimativa de Mário Meireles serão aproximdamente 14%, “as pessoas não têm que sair à rua e correr risco de vida”.

Ciclistas bracarenses pedem infraestruturas que garantam segurança 

Entre os ciclistas que se juntaram ao protesto “Basta de atropelamentos”, estava Paulo Bouça, que usa a bicicleta há cerca de uma década. “Gostava de usar mais a bicicleta para ir para o trabalho, mas não o faço por receio da convivência com o automóvel tendo em conta as infraesteuturas existentes”, começour por dizer, denunciado “excesso de velocidade”. Para este ciclista, “estão a fazer falta vias para circular em segurança, mas também é preciso retirar vias aos automóveis ou estreitá-las para reduzir as velocidades”.

Durante a pandemia, e depois de cortada a ciclovia, a deslocação de Gualtar para Nogueira tornou-se mais difícil para Paulo. “Tinha que ir na via principal, circular no meio dos carros a alta velocidade e na Avenida da Liberdade ou vou pelo túnel, e é perigoso porque tem pouca luminosidade, ou não posso seguir em frente”, lamentou.

Há oitos anos com a bicicleta lado a lado, Jorge Vilela diz haver ”um alargado ponto negro, que é a consciência das pessoas que circulam nas estradas do país”. “A ausência de alguém do município diz muito do que este assunto lhes diz. É um problema que retira vidas e toda a sociedade deve tentar encontrar soluções, afirmou.

Para Jorge Vilela, as propostas “são sensatas, simples e muitas vezes não têm implicações financeiras para o município, que deve aproveitar estas boas ideias”.

“Várias vezes me sinto em perigo, com aproximações repentinas de automóveis, velocidade excessiva, ausência de marcação na via e falta de espaço na via pública para deixramos a bicicleta”, apontou.

Também Manuela Gomes chegou ao centro da cidade com a sua bicicleta vinda de Fraião, pelo passeio da 31 de Janeiro. “Não me atrevo a vir pela estrada”, garantiu.

Utilizadora da bicicleta há vários anos, a bracarense lamenta o facto da cidade não “apostar mais em ciclovias”. “Depois do confinamento devido à Covid-19 algumas cidades aproveitaram para passar a meios menos poluentes e só lamento que em Braga isso se vá fazer com mais calma”, finalizou. 

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Liliana Oliveira
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