BE alerta para encerramento das cantinas escolares

O Bloco de Esquerda teme as consequências do fecho das cantinas escolares durante as férias de Verão. A manutenção do funcionamento destes espaços é uma das medidas extraordinárias de combate à pobreza infantil, propostas pelo partido, que integra um projecto de resolução a ser discutido esta semana no parlamento.

Esta segunda-feira, depois de uma reunião com o director da Escola Básica Francisco Sanches, em Braga, a deputada Alexandra Vieira pediu ao Governo que “considere a possibilidade de manter as cantinas abertas”, já que está previsto o seu encerramento a partir de sexta-feira, dia em que termina o ano lectivo. Segundo o projecto de resolução do Bloco de Esquerda, as cantinas escolares devem assegurar as refeições referentes ao pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar aos alunos de escalão A e B, assim como às suas famílias. 


bloquista considera que deve haver “uma acção concertada” entre as autarquias e o Governo. “As escolas como linha da frente são quem mais facilmente detectam as famílias em situação de maior dificuldade. Depois, as câmaras muncipais são quem tem de auxiliar as escolas não só na confecção dos alimentos, mas também arranjando formas de distribuí-los”.


Alexandra Vieira mostra-se também preocupada com a questão de algumas pessoas carenciadas não se deslocarem à cantina para usufruir das refeições. O facto de não se quererem expor socialmente, de estarem em confinamento, de fazerem parte de grupos de risco e de não haver transportes colectivos suficientes são algumas das razões invocadas pela deputada eleita pelo círculo de Braga.



Alexandra Vieira salienta exemplo da Escola Básica Francisco Sanches

Na visita à Escola Básica Francisco Sanches, que, apesar de não ter aulas, manteve a sua cantina aberta, Alexandra Vieira elogiou o desempenho do estabelecimento de ensino, que, nesta fase, “vive sobretudo do voluntariado”. Em média, a escola tem distribuído diariamente 30 cabazes, sendo que, adicionalmente, as crianças sinalizadas são encaminhadas para a Escola Secundária Alberto Sampaio, de forma a consumirem uma refeição quente por dia.


Por ser uma escola TEIP – escola em Território de Educação de Intervenção Prioritária -, Alexandra Vieira esclarece que, antes da pandemia, já tinha “algumas bases para poder intervir”, ao contrário do que aconteceu com estabelecimentos que estão fora dessa rede.

O pacote de medidas para a área da acção social, proposto pelo Bloco de Esquerda, será discutido esta quarta-feira na Comissão Parlamentar de Trabalho e Segurança Social e votado na sexta-feira na Assembleia da República. Além da manutenção das cantinas escolares durante o período de férias escolares, o aumento do valor do abono familiar e a sinalização de famílias com carências são outros dos pontos defendidos pelos bloquistas.

“Passámos recentemente por um período de austeridade, com a crise de 2008. Percebemos que havia fome porque existiam 800 mil desempregados. Foi necessário a União Europeia criar um fundo, que é o FEAC – Fundo Europeu de Auxílio aos Carenciados -, só para comprar alimentos e criar cantinas sociais. O que estamos a propor é antecipar uma tragédia social”, justifica Alexandra Vieira.

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Tiago Barquinha
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