AAUM quer ter papel mais activo na definição do novo ano lectivo

A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) quer ser ouvida no processo de construção do próximo ano lectivo, com destaque para o regresso às aulas presenciais regulares nos campi e para as novas possibilidades que aceleraram com a pandemia. A Direcção da AAUM lembra que os estudantes têm apresentado algumas críticas e sugestões para corrigir erros “naturais” de um ensino à distância forçado pela covid-19.

Rui Oliveira, presidente da AAUM, explica que os estudantes estão “preocupados”, e que a três meses do início do próximo ano lectivo “é preciso pensar e reestruturar o que correu menos bem para que não se volte a repetir”. É preciso adaptar os métodos de ensino para o novo ano lectivo. Assumindo que é um assunto “sensível”, a associação que representa os estudantes sugere “mecanismos de auscultação próprios para temáticas como o funcionamento do próximo ano lectivo”. “Os métodos pedagógicos” já faziam parte do manifesto da actual direcção e, “em Janeiro já não eram os mais correctos, antes de entrarmos nesta fase excepcional. Agora temos de perceber o que queremos readaptar nos nossos métodos pedagógicos, o que aprendemos com este tempo”, explica o representante dos estudantes da UMinho.

Reconhecendo e repetindo a tónica de que os últimos meses fazem parte de uma fase “excepcional”, os estudantes querem discutir o que pode ser diferente, ainda que o contexto presencial “seja sempre importante”.

A AAUM está a auscultar desde o início da pandemia os estudantes. Debates de ideias online, formulários são algumas das ferramentas usadas para ouvir a academia e que serão reforçadas nas próximas semanas. Para isso, estão a ser estudados alguns debates e conversas com temas específicos. Certo é que se pretende ouvir todo o tipo de contributos, passando pelos estudantes no geral, delegados e presidentes de núcleos.

Rui Oliveira lembra que o ano lectivo ainda não acabou e sugere aos colegas que façam exposições sobre o que não correu bem, passando as mesmas por professores, directores de curso e outros responsáveis como é o caso da Provedora do Estudante da Universidade do Minho.

A Direcção da AAUM sublinha que os estudantes querem regressar aos campi e que este “é um momento chave em todas as universidades portuguesas: perceber que ferramentas podem ser aproveitadas daquilo que foi um tempo excepcional e extremo”. Certo é que o ensino universitário “nunca mais pode ser o mesmo”. Com a pandemia, foi criado todo um contexto para rever os métodos de ensino e o próximo ano lectivo. “No próximo ano podemos começar uma parte desse futuro, sabemos que terá que ser gradual”, assume o aluno.

Sobrecarga, necessidade de apoio psicológico, avaliações, aulas por realizar, são alguns exemplos de casos que não estão a funcionar. “Temos recebido imensos casos específicos que não estão a funcionar”, acrescenta Rui Oliveira. “Alguns professores acharam que era normal aumentar a carga de trabalho. Recebemos algumas queixas nesse sentido”.Ainda assim, “a maioria dos casos foram resolvidos”, diz o estudante vimaranense.

AAUM entregou ao Ministro documento com pedido de alterações na Acção Social

Na terça-feira passada, na UMinho, a Direcção da AAUM entregou em mãos ao Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior um documento com “alterações de acção social”, como o complemento de transportes que neste momento não acontece. “Um aluno que faça a viagem Porto – Braga, não tem ajuda do Estado. Pode ter complemento de alojamento, mas não de transporte, exemplifica. E nesta matéria, Rui Oliveira lembra que as residências universitárias não têm capacidade para todos. 

Outro dos pontos sugeridos no documento que Manuel Heitor recebeu alerta para as redes e apoio informático. “Isto foi um sinal. Hoje, mesmo que as aulas sejam presenciais, qualquer aluno tem que ter internet e computador. É preciso acrescentar isto à Acção Social”, avisa o presidente da AAUM.