Estudo da UMinho aponta que maioria dos alunos é contra a reabertura das escolas

Um estudo feito por José Precioso e Regina Alves, dois investigadores do Instituto de Educação na Universidade do Minho, mostra que a maioria dos estudantes é contra a reabertura das escolas.
Os estabelecimentos de ensino no país reabriram na segunda-feira só para os alunos do 11.º e 12.º anos, que retomaram as actividades presenciais das disciplinas sujeitas a exame nacional, mas o estudo da UMinho conclui, através de um inquérito feito a 1000 estudantes, que os alunos não se sentem seguros a regressar à escola.
À RUM, José Precioso, co-autor do estudo, revela que 55,4% dos alunos concorda ou concorda totalmente com o término das aulas presenciais e 58,7% discorda ou discorda totalmente com o recomeço das aulas práticas.
Apesar do plano de contingência criado pelo ministério da Educação para a reabertura em segurança, José Precioso lembra que os aglomerados de pessoas irão voltar, situação que aumenta a propagação do vírus. “Basta um aluno ficar infectado para toda a turma ficar também”, lembra, assinalando que o risco de contágio não aumenta apenas na escola mas também na deslocação.
“Os alunos não caem de pára-quedas nas escolas, deslocam-se de metro ou autocarro, ou seja, o chamar as pessoas a sítios comuns poderá, só por si, aumentar o risco de transmissão da doença”.
Além dos argumentos de natureza de saúde pública, o autor do estudo diz que a razão para a abertura das escolas – dar a matéria em falta para os exames nacionais – não faz sentido, visto que o programa disciplinar já é bastante extenso. “A maioria dos conteúdos dados até aqui já é mais do que suficiente para uma avaliação segura. O que deveria ser feito era rever a matéria dada”, argumenta, estabelecendo que o programa das várias disciplinas devia reduzir.
“O Ministério da Educação devia aproveitar para repensar muito bemtodo processo de ingresso no ensino superior. Nada disto aconteceria se houvesse confiança no sistema. Países como Espanha e França utilizaram as classificações internas para seleccionar os alunos que irão entrar nas universidades”, conclui.
