Portugal ocupa 24ª posição do ranking da qualidade
A Universidade do Minho é uma das instituições responsáveis pelo primeiro estudo mundial que avalia a qualidade de 118 países. Uma iniciativa pioneira que deu os primeiros passos no ano de 2017.
O World State of Quality (WSQ) nasceu no âmbito da tese de doutoramento de Catarina Cubo, aluna do programa doutoral em Engenharia Industrial e de Sistemas e investigadora do Centro Algoritmi da UMinho, e foi concretizado em parceria com Pedro Saraiva, da Universidade de Coimbra. De acordo com os últimos dados disponibilizados, relativos a 2018, Portugal ocupa a 24ª posição atrás de países como Espanha (19º) e França (22º), mas à frente do Luxemburgo (25º).
Em declarações ao UM I&D, o coordenador do projecto Paulo Sampaio, explica que o objectivo deste ranking para a qualidade passa “por analisar e quantificar o nível de qualidade de vários países do mundo”. Este será um importante contributo para as empresas, organizações e governos, nomeadamente, para “auxiliar as mesmas na definição das suas apostas estratégicas”.
Para perceber o nível dos 118 países é necessário estudar a resposta individual a inúmeras dimensões: como a taxa de desemprego, da felicidade, da inovação, da facilidade em fazer negócios, da pegada ecológica, da distribuição dos rendimentos, da mortalidade infantil, da esperança média de vida, da educação, além do número de universidades em rankings internacionais, organizações com certificação IS0 9001 e membros da International Academy for Quality (IAQ).
Para além disso, o modelo made in UMinho categoriza a qualidade em três níveis: macro qualidade, meso qualidade e micro qualidade. A macro qualidade está relacionada com o país, a meso qualidade diz respeito ao universo onde estão inseridas as organizações e a micro qualidade tem que ver com o indivíduo, ou seja, o próprio profissional da qualidade.
A pontuação obtidas em todos estes parâmetros, “scoreboard”, resulta numa “média ponderada”. Posteriormente, os países são divididos em grupos: líderes (leading), seguidores (follower), moderados (moderate) e principiantes (beginning). Portugal, com um scoreboard de 33.106, faz parte do grupo dos líderes em conjunto com a Austrália, Bélgica, Israel, Estados Unidos da América, Noruega, entre outros. A título de exemplo, no grupo dos seguidores podemos encontrar a maioria dos países do continente asiático, o Chile e os países da europa de leste. Na categoria dos moderados estão praticamente todos os países da América do Sul e, por último, no grupo dos principiantes a maioria dos países situados no continente africano como Moçambique e Angola.
“Até o primeiro país que lidera o ranking da qualidade tem margem para melhorar”, refere o coordenador do projecto.
Numa análise mais aprofundada aos resultados de Portugal, o professor garante que os desempenhos têm melhorado ao longo dos anos. “Em 2018, Portugal era o quinto país com mais membros na International Academy for Quality, o nono com o número mais elevado de organizações com certificação de qualidade por habitante, o 14º com menor taxa de mortalidade infantil e o 16º com maior esperança de vida. Os dados mostram também que existem 27 países no mundo com mais capacidade de empregabilidade, 40 cuja a qualidade do ensino é superior e 53 onde há mais igualdade na distribuição dos rendimentos. Quanto ao índice de felicidade, os portugueses surgem na posição 65º, depois de países como o Brasil (19º), a Espanha (28º) e a Rússia (37º)”, destaca.
Recorde-se que o professor da Escola de Engenharia da academia minhota faz parte da International Academy for Quality e, nos últimos anos, foi reconhecido pela American Society for Quality como uma das “40 Novas Vozes Mundiais da Qualidade”. Quanto ao próximo ranking, esse será lançado no final do presente ano de 2020.
Vanessa Batista
