Colheita de plasma de doentes recuperados começa este mês

Até final de maio deverá iniciar-se o ensaio clínico que usa plasma de doentes recuperados (que já contêm anticorpos) para ajudar a tratar pessoas ainda doentes com a Covid-19.

A Presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), Maria Antónia Escoval, anunciou que a partir desta segunda-feira, todos os doentes recuperados podem disponibilizar-se para fazer a sua dádiva de plasma através do site do instituto.

O IPST desenvolveu um procedimento que envolve a seleção dos doentes recuperados, colheita, análise, processamento e posterior distribuição deste plasma.

 “Estarão envolvidos nesta colheita, para além dos três centros de sangue e de transplantação do IPST, mais sete serviços em hospitais portugueses. Relativamente ao recrutamento destes dadores, como sabem a dádiva de sangue em Portugal é anónima, benévola e voluntária e portanto estará disponível a partir de hoje um link no site o IPST onde os doentes recuperados podem disponibilizar-se para fazer a sua dádiva de plasma convalescente”, explicou.

Para além dos três centros de sangue e transplantação do IPST, mais sete serviços em hospitais portugueses estarão envolvidos nesta colheita.

Maria Antónia Escoval deixou um apeloa todos os potenciais dadores que exerçam o seu dever de cidadania para com aqueles que são mais vulneráveis.

 Maria Antónia Escoval revelou que alguns países europeus, como Espanha, Itália, França, Bélgica, Alemanha ou Holanda, estão já a desenvolver ensaios com plasma convalescente, da mesma forma que os EUA iniciaram também esta terapêutica. O método foi também recomendado pela Organização Mundial de Saúde e pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).

Em relação aos ensaios clínicos, Maria Antónia Escoval avançou que foi esta segunda-feira nomeado um grupo de trabalho que envolve várias entidades. “Este grupo de trabalho irá definir os critérios mínimos de inclusão nestes ensaios clínicos e tudo o restante que envolve esta terapêutica, nomeadamente volumes a transfundir e doentes a incluir nestes ensaios”, explicou.


Presidente do Instituto do Sangue e da Transplantação pede aos portugueses que não deixem de dar sangue

A presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação explicou que, embora o instituto tenha sido capaz de manter as reservas estratégicas de sangue e de componentes sanguíneos em níveis “muito estáveis” durante os meses de Março e Abril, a actividade clínica nos hospitais vai ser reiniciada e, como tal, deixou um apelo a potenciais dadores de sangue para que exerçam o “dever de cidadania para com aqueles que são mais vulneráveis”. “Efectivamente, o sangue não se fabrica artificialmente e todos os dias há doentes que precisam de sangue e componentes sanguíneos, nomeadamente os doentes oncológicos, mas agora também os doentes que são submetidos a cirurgias”, referiu a responsável do IPST, deixando ainda um agradecimento a todos os dadores que permitiram que não faltasse sangue nos hospitais.


Durante o período de quarentena, as situações de transplantação ocorreram numa situação de “urgência e superurgência”.“Este facto deve-se à actividade dos serviços. Como sabem, para a questão da doação precisamos de unidades de cuidados intensivos para a maioria destes dadores e também para a recuperação pós-cirurgia dos transplantados. E esta foi uma das razões pelas quais a transplantação ocorreu em situação de urgência”, explicou a responsável pelo IPST.


Relativamente à doação de órgãos, Maria Antónia Escoval, disse que não foram “desperdiçadas oportunidades” e que ocorreram até transportes de órgãos da região Sul do país com o apoio da GNR e da Força Aérea. “Fomos buscar órgãos para transplante a Espanha, transportámos órgãos de Lisboa para o Porto, realizaram-se transplantes em Coimbra. Pensamos que se manteve alguma actividade na doação e na transplantação”, explicou Maria Antónia Escoval, admitindo, no entanto, que existiu uma quebra na transplantação em Março e Abril em relação ao período homólogo anterior.

c/ RTP e Público

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