Ricardo Rio: “O referendo não é solução para nada, a venda é que seria”

O PS considera que deve haver “discussão e debate” sobre a venda do Estádio Municipal de Braga. Artur Feio levou o tema à reunião de Câmara desta segunda-feira, apelando para que “não se tomem decisões que possam vir a criar ainda mais problemas para a cidade”. “A possível venda do Estádio mais do que uma solução, cria um problema”, afirmou.

Recorde-se que o presidente da autarquia avançou, em declarações à RUM, que a Coligação Juntos por Braga vai incluir a proposta da venda no programa eleitoral de 2021.

O vereador socialista considera que Ricardo Rio “não podia ter encontrado pior altura para o anúncio de uma questão destas, tendo em conta o seu impacto na cidade”. “O PS é contra qualquer venda do património municipal, não entende que Braga e o seu património estejam à venda de forma permanente”, apontou o socialista.

Para o vereador da CDU, “não foi uma surpresa este anúncio do cancelamento do referendo”. Carlos Almeida já havia classificado o referendo como “uma manobra de distracção”, considerando que “não ia resolver problema algum”. “Nas circunstâncias actuais não se podia esperar outra coisa que não o cancelamento. Acabam por empurrar a situação para um novo mandato, demitindo-se da responsabilidade no imediato”, frisou o comunista.

Na resposta, Ricardo Rio explica que “não houve nenhum anúncio”, mas “nas actuais circunstâncias não faz sentido fazê-lo”. “O objectivo do referendo é de legitimação de uma opção política. Se essa legitimação só fosse ocorrer a poucos meses de eleições autárquicas seria despiciendo estarmos a fazer os dois actos de sufrágio num curto espaço de tempo. O referendo não é solução para nada, a venda é que seria”, sublinhou o autarca, defendendo que “a proposta deve ser escrutinada pelos bracarenses no programa eleitoral” que a coligação vai “submeter nas próximas eleições autárquicas”.

PS e CDU já se haviam mostrado contra a realização do referendo local para a venda do Estádio Municipal de Braga. Com a pandemia da covid-19 e muitas incertezas quanto aos próximos meses, o presidente da autarquia optou por abdicar do referendo.