População vai ter problemas psicológicos mas serão passageiros

Para o diretor do Programa Nacional de Saúde Mental, “a maior parte das pessoas vai ter problemas psicológicos passageiros, que não têm a ver com doença mental”. “É normal que as pesssoas sintam isto. Não a torna diferentes dos outros”, acrescentou Miguel Xavier, à margem da conferência de imprensa da DGS.
Miguel Xavier sublinha que ter problemas de natureza psicológica como ansiedade e preocupação com o futuro (que podem traduzir-se em insónias e perdas de apetite, por exemplo) é algo comum no contexto de uma pandemia.
O director informou ainda que é importante que cada pessoa esteja atenta à sua alimentação, que pratique exercício físico e mantenha algumas rotinas diárias. Para Miguel Xavier, estas são acções “promotoras da sáude mental e obrigações de todos nós. É a base da pirâmide”. Depois, é também crucial a comunicação com a família e os amigos, que deve ser mantida, respeitando sempre as regras de distanciamento e confinamento.
Num terceiro nível, estão os problemas mais intensos de saúde mental, que deverãoa tingir apenas um pequeno conjunto de pessoas (aquelas que já tinham doença prévia e aquelas que a desenvolveram na sequência da pandemia – que deverão representar entre 1,5% a 2%). Estas deverão ter resposta junto dos centros de saúde e dos serviços de psiquiatria dos hospitais.
Pandemia está a ter impacto na saúde mental dos profissionais na linha da frente
Miguel Xavier admite que já há muitos profissionais que estão na linha da frente do combate à Covid-19 que estão a sofrer de problemas psicológicos e, por isso, já foram criadas estruturas de retaguarda de apoio, dentro dos departamentos de saúde mental dos hospitais.
O director do Programa Nacional de Saúde Mental lembra ainda que foi criado um site específico para responder aos problemas de saúde mental na população em geral desenvolvisos durante a pandemia de Covid-19 e que foi activado um plano de catástrofe, com núcleos locais de catástrofe em cada centro de saúde, responsável pela orientaçao das pessoas com sintomatologias.
Simultaneamente, verificou-se uma reorganziação das enfermarias, para gantir o distanciamento dos doentes com doença psicológica diagnosticados com Covid-19, que passam agora a ser tranferidos dos serviços de psiquiatria para serviços especiais adaptados de Covid-19.
