853 profissionais de saúde infectados; Cerca sanitária no Porto “em equação”

Neste momento há 209 médicos e 177 enfermeiros infectados com Covid-19 em Portugal. A novidade foi avançada esta segunda-feira pelo secretário de Estado da Saúde no balanço diário da evolução da doença no país.

De acordo com António Sales, há um total de 853 profissionais infectados. Além dos dados referentes às classes supracitadas, “os restantes casos estão dispersos por outras actividades” do sector.

O tema do equipamento e material utilizados para proteger as pessoas da propagação do novo coronavírus voltou a estar em destaque. Referindo que “a grande preocupação do Ministério da Saúde é testar, isolar, proteger e tratar”, o secretário de Estado adianta que está prevista a chegada de 700 mil respiradores e 200 mil testes no dia de hoje e de 100 toneladas de equipamentos de protecção nos próximos dias.

No país, até à meia-noite, registaram-se 6.408 casos de infecção e 140 mortes. O falecimento de um jovem de 14 anos de Ovar, que ocorreu durante a madrugada de sábado para domingo, ainda não consta na lista. Apesar de estar infectado com Covid-19, a directora-geral da Saúde explica que a causa da morte “está ainda em investigação”. “Temos que ter muita cautela e só quando estivermos certos é que será divulgada a causa da morte”, acrescenta Graça Freitas, embora considere provável que este caso seja integrado no boletim epidemiológico.

O Porto é o município que regista mais casos confirmados de infecção: 941. Na conferência de imprensa, a directora-geral da Saúde afirmou que “a cerca sanitária [no concelho] está a ser equacionada pelas autoridades de saúde nacionais e regionais”.


Grávidas são grupo prioritário no acesso a testes

As grávidas vão ter prioridade no acesso aos testes de despiste à covid-19. A novidade foi adiantada pelo director do serviço de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo.

Apelando à contenção social, de acordo com Carlos Veríssimo, caso o quadro clínico o permita, “a vigilância das grávidas deve ser feita no domicílio, com o acompanhamento da evolução através de tele-consultas”. O médico destaca que é necessário “manter a vigilância recomendada, inclusive a realização de ecografias e outros testes, como as ecografias principais: a do primeiro e a do segundo trimestes”. 


“Temos de evitar deslocações desnecessárias aos centros de saúde, consultórios e hospitais. Todas as deslocações devem ser orientadas pela DGS ou pelos médicos, exceptuando as infecções respiratórias agudas que devem ser feitas preferencialmente em transporte próprio”, explica, acrescentando que é necessário haver uma separação hospitalar entre circuitos para Covid-19 e não Covid-19. Carlos Veríssimo reforça que as grávidas devem seguir as recomendações da Direção-Geral da Saúde, incluindo o recurso ao tele-trabalho.

Em relação ao parto, o director do serviço de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo explica que “deve ser feito em salas isoladas, idealmente de pressão negativa” e que os profissionais têm de estar “devidamente equipados com materias de protecção individual”. “Tem de haver o menor número possível de intervenientes no parto. O acompanhamento por terceiros não é de todo recomendado. A epidural é fortemente recomendada nestas situações porque queremos evitar uma anestesia geral”, acrescenta.


No pós-parto, Carlos Veríssimo recomenda que se devem “testar todos os recém-nascidos” e “tomar algumas atitudes que podem ser polémicas, nomeadamente a separação mãe e filho e a não recomendação do leite materno”, como medidas preventivas.

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Tiago Barquinha
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