“COVID-19 em Sarilhos”. O projecto que desafia as famílias em quarentena

Escrever uma carta de agradecimento aos médicos e enfermeiros que, por estes dias, estão na linha da frente no combate ao novo coronavírus, aprender a cozinhar ou visitar museus online. Estes são alguns dos desafios que todos os dias serão lançados pelo Grupo Universitário de Investigação em Autorregulação da Universidade do Minho (GUIA) e que o podem ajudar, de forma lúdica e educativa, a passar o tempo em família.
O dia continua a ter 24 horas, mas em período de quarentena o tempo parece multiplicar-se e exige criatividade para manter as crianças distraídas.
“COVID-19 em Sarilhos” é uma adaptação aos tempos extraordinários que vivemos de um outro projecto inspirado nas cores do arco-íris, chamado “Sarilhos do Amarelo”, que já corre “diferentes partes do país e do mundo”, com o objectivo de “promover as competências de autorregulação das crianças com menos de dez anos, promovendo a sua autonomia”, explicou o docente e coordenador do projecto, Pedro Rosário.
A equipa GUIA é composta por investigadores da área da Psicologia da Educação.
“Era importante, nesta etapa, ajudar as famílias a assumirem um papel mais activo e a encararem este processo como um desafio e não como uma ameaça”, acrescentou.
Assim, diariamente, na página do Facebook e do Instagram do projecto, surgem quatro desafios, associados a quatro temáticas: ‘Lazer’, ‘Aprender algo’, ‘Ajudar alguém’ e ‘Colaborar’.
“Aprender algo”
As escolas fecharam, mas as aulas podem e devem continuar em casa. Mas, além dos conteúdos escolares, este tempo de quarentena é também uma oportunidade “para aprender um conjunto de competências”, por exemplo, “outras línguas, aprender a cozinhar, a tocar algum instrumento, a viajar, através do online, até museus ou cidades”.
“Ajudar alguém”
“Podemos contribuir de muitas maneiras criativas para ajudar outras pessoas”, por exemplo, “actividades de voluntariado através de telefonemas, cartas de agradecimento às quais posso tirar uma fotografia e enviar para os diferentes organismos que estão a trabalhar, médicos, enfermeiros, bombeiros, polícias ou pessoas que trabalham nos supermercados” e permitem que a nossa vida prossiga dentro da normalidade.
“Lazer”
O dia pode e deve ser complementado com momentos de lazer. Com a família reunida, será o momento ideal para “fazer trabalhos e jogos em conjunto, conhecer melhor uma parte da história da família”, mas também é importante “fazer algum exercício físico, usando meias para jogos de basquetebol”.
“Colaborar”
Segundo Pedro Rosário, “é muito importante que as crianças sejam envolvidas nas tarefas, como arrumar as suas coisas, desde livros, discos, roupa, ou ajudar a pôr a mesa”.
Todos os dias, as crianças serão acompanhadas por uma cor diferentes do arco-íris, que desafiam a família para actividades distintas.
O amarelo faz companhia às segundas, o verde às terças, depois é a vez do laranja, às quintas-feiras os desafios são do violeta e às sextas do azul. Ao fim-de-semana não há folgas, o vermelho desafia as famílias aos sábados e o anil aos domingos. Juntos completam as cores do arco-íris, que por estes dias é símbolo de esperança e de que “tudo vai ficar bem”.
