“Há regiões do Brasil que podem ser arrasadas com a chegada da covid-19”

“Há regiões do Brasil que podem ser arrasadas com a chegada do novo coronavírus”. O país irmão está com cerca de três semanas de atraso em relação a Portugal, mas com regiões muito debilitadas e sem condições básicas, Sergio Denicoli, investigador e especialista em redes sociais, e actualmente em Brasília, refere qe são muitas as preocupações porque as medidas do governo brasileiro estão “atrasadas”.

Num relato à Universitária, Denicoli, ex-jornalista, explica que algumas regiões não têm sequer saneamento básico. “Quando o vírus chegar a estas regiões vai ser muito difícil de controlar”, avisa. “Estamos muito preocupados. Agora começou a suspensão às aulas e a restrição a eventos, mas as medidas estão um pouco atrasadas em relação à Europa”, explica.

Segundo o antigo docente da UMinho, no Brasil, a estrutura hospitalar é muito restrita, os ventiladores são muito poucos e já estão ocupados”. Além disso, defende, o próprio presidente do Brasil não está a prestar a devida atenção a este problema. 

“O Governo está com muitas dificuldades, não só políticas como de gestão do problema. Há uma negativa por parte do presidente quanto à gravidade do coronavírus”, descreve.

Já Daiton Meireles, do Grupo de comunicação Meio Norte, no Piauí, Brasil, refere à RUM que “a estimativa dos analistas responsáveis pela saúde pública é que o número de casos dobre esta sexta-feira”, assinalando que os primeiros casos começaram a ser conhecidos apenas no início desta semana, sendo já certa a existência de várias cadeias de transmissão.

BRASIL DECLARA ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA

Esta sexta-feira, já depois do contacto com estes dois brasileiros, o Senado Federal aprovou por unanimidade o decreto de Jair Bolsonaro que declara estado de calamidade pública no Brasil. 

A partir de agora, o Executivo poderá gastar mais do que o previsto no orçamento e tem autorização para desobedecer às metas fiscais estabelecidas para 2020, desde que os recursos sejam usados para custear as medidas de combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). 

O surto global fez com que países da América Latina e regiões dos EUA seguissem a Europa e determinassem quarentena obrigatória. O Brasil fechou as fronteiras terrestres com nove países sul-americanos até o dia 31 de Março. 

Há mais de 600 casos confirmados naquele país e o registo de seis vítimas mortais nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, cidade que decidiu fechar vários parques.

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Elsa Moura
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