Plataforma Salvar a Fábrica Confiança pede cancelamento da hasta pública

A Plataforma Salvar a Fábrica Confiança pede o cancelamento da hasta pública agendada para 11 de Março.
O movimento cívico considera esta a decisão mais sensata, depois das declarações de Ricardo Rio, dando conta da possibilidade do edifício passar para alçada da UMinho, caso não surjam compradores na segunda tentiva de venda da Confiança.
“Já da outra vez tínhamos dito que era mais sensato não fazer a hasta pública tendo em conta as ilegalidades no PIP (Pedido de Informação Prévia). Há um problema de falta de camas a preços controlados para os estudantes na cidade e havendo a hipótese da Câmara ceder a Confiança à UMinho não tem sentido nenhum insistir na venda. Parece mais uma teimosia do que encontrar uma boa solução”, argumentou Luís Tarroso Gomes.
“Importa distinguir o edifício histórico da fábrica que será um Monumento de Interesse Público do seu terreno atrás. No edifício histórico parece-nos totalmente incompatível com o restauro do último exemplar do património industrial bracarense a criação de qualquer área de residência. O edifício deve ter uma função cultural, com uma reabilitação simples e um programa aberto à comunidade o que, aliás, fundamentou a sua expropriação. não se pode desperdiçar um edifício destes transformando-o em camas e quartos”, explicou Luís Tarroso Gomes, que considera possível construir a residência pública na parte de trás do edifício.
“O edifício, tal como a Câmara configurou no PIP – Pedido de Informação Prévia – não encaixa naquele terreno que está reservado à construção de equipamentos, que se destinam à satisfação de necessidades colectivas. Uma residência que por uma questão de marketing a Câmara lhe chamou universitária, mas que não é porque não pertence a uma universidade, não encaixa no destino que a Câmara decidiu dar àquele terreno em termos de Plano Director Municipal (PDM)”, justificou ainda o elemento da Plataforma.
Tarroso Gomes lembra também que já foi “apresentado um projecto e é possível fazer no edifício antigo um centro cívico sem que isso implique uma despesa municipal”.
Rio garante que hasta pública não vai ser cancelada
Contactado pela RUM, o presidente da autarquia, Ricardo Rio, garante que a hasta pública não vai ser cancelada e esclarece que “não há violação nenhuma do PDM”, esperando que tal se comprove “judicialmente com a validação do PIP”.
“Não há nenhuma cedência à UMinho. Há a disponibilização à UMinho para ser inscrita como potencial residência pública, o que é muito diferente. E isso não é a solução. É a alternativa”, acrescentou.
