Bilhete VIP para a despedida ou passo decisivo para a renovação do título?

SC Braga e Sporting CP voltam a encontrar-se um ano depois nas meias-finais da Taça da Liga. A fase da competição é a mesma e o estádio também, mas desde então muita coisa mudou.

Já sem Abel Ferreira – pelo meio, ainda passou Ricardo Sá Pinto – e Marcel Keizer nos comandos técnicos, as duas equipas encaram a competição como um ponto decisivo da época. Sendo que a prova se despede de Braga este ano, a formação minhota, motivada pelo novo paradigma impulsionado pelo técnico Rúben Amorim, que segue, para já, 100% vitorioso, tem a última oportunidade de vencer a competição em casa.

Por outro lado, tal como aconteceu nas duas épocas anteriores, em que saíram vencedores, os leões, agora orientados por Silas, vêm a possibilidade de conquistar este troféu como um factor atenuante para aquilo que tem sido o desempenho nas outras competições, nomeadamente no campeonato (4º classificado, a 19 pontos do líder Benfica) e na Taça de Portugal (afastado pelo Alverca, do Campeonato de Portugal, na terceira eliminatória).

Frente-a-frente vão estar duas formações com abordagens distintas ao jogo. Embora os dois técnicos sejam defensores de um futebol atractivo, a forma como o tentam implementar é consideravelmente diferente. 

Por um lado, a equipa que vai jogar em casa, que procura o segundo título na competição – o único conquistado foi em 2012/2013, em Coimbra – vive muito de um colectivo forte e compacto, capaz de mobilizar, de forma contínua, os 11 atletas para os momentos defensivos e ofensivos. No reverso da medalha, ainda comete bastantes erros na primeira fase de construção e na transição ataque-defesa, deixando muito espaço entre sectores.

Já o bi-campeão da prova é uma equipa bastante dependente de Bruno Fernandes, das constantes subidas de Marcos Acuña pelo corredor esquerdo e da (des)inspiração de atletas como Wendel e Yannick Bolasie, que, no entanto, num ‘dia sim’, são capazes de causar danos irreparáveis aos adversários.

SC Braga sem Palhinha e sem mais nenhum médio defensivo nos convocados. Como manter a identidade?

Tal como Keizer chegou a tentar implementar no Sporting CP, mas sem tanta convicção, o sistema táctico utilizado por SC Braga é o 3x4x3, receita que o Rúben Amorim já tinha aplicado no Casa Pia e na equipa B dos bracarenses.

Mantendo o núcleo duro do meio-campo em relação ao plano de Sá Pinto, com Palhinha e Fransérgio, e com a adição de mais um defesa-central – Vítor Tormena tem sido o escolhido -, a principal novidade nesta nova dinâmica é a capacidade ofensiva que o Braga beneficia com a projecção dos dois alas – Ricardo Esgaio à direita e Nuno Sequeira à esquerda – competentes no momento defensivo e perigosos no último terço do relvado.

Esta nuance táctica permite também o aproveitamento do espaço interior de atletas como Francisco Trincão – um dos jogadores que mais tem lucrado com a troca de treinador – e Ricardo Horta, capazes de formar superioridade numérica no centro do terreno, com movimentos verticais a partir dos corredores laterais. Se este podia parecer o plano ideal para defrontar o Sporting CP, no qual se incluem também os guarda-redes Matheus e o ponta-de-lança Paulinho, tal não será possível devido à ausência de Palhinha, que está contratualmente ligado ao Sporting.

Sem Claudemir, fora das opções há cerca de três meses, a opção mais válida parece ser a introdução de André Horta ao lado de Fransérgio, embora a não existência de um médio de características mais defensivas possa levar Rúben Amorim a colocar um defesa-central naquela posição, chamando David Carmo ao 11 inicial. No entanto, aí já pode entrar em conflito a tal “identidade” que o jovem técnico tem apregoado desde que foi apresentado como sucessor de Sá Pinto, ficando, desse forma, refém de um médio com capacidade organizativa. 

Cabe ainda ao maestro Bruno erguer a batuta para tentar manter a sinfonia de vitórias na Taça da Liga

A grande notícia para o Sporting CP é que Bruno Fernandes vai jogar esta partida, independentemente do que virá depois. Pelo menos, foi essa a garantia dado por Emanuel Ferro, adjunto de Silas na conferência de imprensa de antevisão, questionado sobre a possível saída para o Manchester United durante este mês. 

Começando precisamente pelo meio-campo, o intermitente Wendel deve fazer companhia ao internacional português, sendo que uma das dúvidas reside no vértice mais recuado no trio de médios. Embora Idrissa Doumbia tenha sido mais vezes titular que Rodrigo Battaglia esta época, até porque o argentino só recuperou recentemente de uma lesão grave, a fase menos conseguida que o costa-marfinense atravessa pode levá-lo para o banco de suplentes.

Outro dos pontos de interrogação prende-se com o guarda-redes. Renan Ribeiro, que preserva boas memórias da Taça da Liga e de Braga, já que esteve em evidência, nas grandes penalidades, nos dois jogos da fase final da competição do ano passado, está de regresso aos convocados, após um mês de ausência, e pode ocupar o lugar que foi do jovem bracarense Luís Maximiano nas últimas oito partidas oficiais. 

Com mais certezas, Sebastián Coates vai voltar a fazer parelha com Jérémy Mathieu no centro da defesa, substituindo Tiago Ilori. Já no ataque, perante a ausência de Luciano Vietto e a boa exibição de Rafael Camacho frente ao SL Benfica, Silas deve dar novamente a titularidade ao ex-Liverpool, ao lado de Yannick Bolasie e Luiz Phellype.


11’s iniciais prováveis:


SC Braga: Matheus Magalhães; Vítor Tormena, Bruno Viana e Raúl Silva; Ricardo Esgaio, Fransérgio, André Horta e Nuno Sequeira; Francisco Trincão, Ricardo Horta e Paulinho.

Sporting CP: Renan Ribeiro; Stefan Ristovski, Sebastián Coates, Jérémy Mathieu e Marcos Acuña; Rodrigo Battaglia, Bruno Fernandes e Wendel; Rafael Camacho, Yannick Bolasie e Luiz Phellype.


Outras opções: 

SC Braga: Eduardo (guarda-redes), David Carmo (defesa), Murilo Souza e João Novais (médios), Wenderson Galeno, Wilson Eduardo e Rui Fonte (avançados).

Sporting CP: Luís Maximiano e Diogo Sousa (guarda-redes), Luís Neto, Tiago Ilori e Cristián Borja (defesas), Idrissa Doumbia e Eduardo (médios), Gonzalo Plata e Pedro Mendes (avançados)




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Tiago Barquinha
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