5º Congresso Eucarístico Nacional acontece em Braga e não quer deixar ninguém de fora

Um congresso que não pretende deixar ninguém de fora. É assim que é introduzido o 5º Congresso Eucarístico Nacional que irá decorrer entre 31 de maio e 2 de junho, em Braga. Uma dupla celebração, visto que a data assinala também os 100 anos do primeiro evento que ocorreu precisamente na cidade dos arcebispos e irá dar o pontapé de saída para o 53º Congresso Eucarístico Internacional previsto para setembro, em Quioto.

O evento que está aberto a crentes e não crentes irá decorrer no Altice Forum, nos dias 31 de maio e 1 de junho, onde estão previstos sete workshops direcionados para os problemas dos jovens, famílias, pobres, ecologia e claro da espiritualidade.

Na sessão de apresentação, esta segunda-feira no Hotel João Paulo II, o arcebispo de Braga D. José Cordeiro frisou o facto de marcarem presença no congresso representantes das 21 dioceses das três províncias eclesiásticas de Braga, Lisboa e Évora, estando ainda prevista a presença do cardeal legado pelo Papa que irá encerrar o congresso já no Sameiro, a 2 de junho.

O responsável destaca no programa o workshop “Partilhar o Pão: Eucaristia e Fraternidade”, com o presidente do Pontifício Comité para os Congressos Eucarísticos Internacionais. Segue-se “Reconheceram-n´O ao partir o Pão”, pela professora da Universidade Católica Portuguesa, Luísa Almendra, e a conferência “Alimentar a Esperança2 que estará ao cargo do jesuíta padre Carlos Carneiro.

Os jovens poderão ouvir na primeira pessoa a experiência na Jornada Mundial da Juventude por parte de Mariana Martins que esteve na coordenação global do evento que acolheu o Papa Francisco, em Lisboa.

Pode consultar todo o programa do 5º Congresso Eucarístico Nacional aqui.

“Procuramos que Portugal estivesse todo representado aqui”, D. José Cordeiro.

O congresso terá uma vertente social com o incentivo aos congressistas e população em geral para doarem vida através do sangue, quer ao Instituto Português, que poderá estar presente no Altice Forum, quer ao Hospital de Braga.

No que toca às questões ecológicas serão plantadas quatro árvores após a missa de encerramento, a 2 de junho, no Sameiro. Antes está prevista uma peregrinação a pé, pelas 7h00, a partir da Sé de Braga. Momento que a organização acredita irá juntar mais fiéis. A expetativa, mesmo assim, é de casa cheia no Altice Forum.

Ao longo dos dois dias de conferências e workshops, o representante da igreja bracarense frisa a necessidade de refletir sobre o futuro da instituição que, atualmente, tem cada vez mais dificuldades em recrutar sacerdotes. “Obrigará a uma reconfiguração pastoral das comunidades”, declara.

A organização já está a realizar contactos com unidades hoteleiras da cidade para tentar negociar preços.

O evento que não passará apenas pela escuta, mas sim, pela partilha e reflexão conta com um hino escrito por Carlos Poças Falcão e composição de Eurico Carrapatoso intitulado “No pão partido que partilhamos”, que será entoado durante a missa de 2 de junho em versão orquestral. Está a ser analisada a possibilidade de uma exposição no Museu Pio XII sobre a eucaristia.

Quanto ao momento espiritual, D. José Cordeiro recordou o processo de canonização de seis figuras que marcaram presença no 1º Congresso Eucarístico, são eles Bernardo Vasconcelos, a beata Alexandrina e Alzira Sobrinho, todos da arquidiocese de Braga, a referir ainda os nomes do padre Abílio Correia, do arcebispo de Évora, Manuel Mendes da Conceição Santos e de D. João De Oliveira Matos bispo da Guarda.

Os interessados podem inscrever-se através de uma ficha física ou no site do evento. A participação tem o custo de 25 euros ou 45 com almoço incluído que estará ao cargo da Cooperativa João Paulo II. As conclusões dos três dias de reflexão serão partilhadas antes do momento da plantação das quatro árvores na encosta do Sameiro.

Abusos da igreja não serão tópico de forma explícita durante o Congresso.

A igreja diz estar empenhada em acompanhar nos próximos tempos este tema. “Cuidar, reparar e colocar amor onde falta é a missão da igreja e faz parte da celebração da eucaristia”, referiu o padre Paulo Terroso.

O assunto foi levantado pela RUM, nomeadamente, a possibilidade de este ser um momento também de reconquista dos fiéis. O arcebispo de Braga D. José Cordeiro garante que a igreja está já numa fase de “reparação” e “escuta ativa” das vítimas. Nos próximos dias 26 de janeiro e 2 de fevereiro, estão previstas duas grandes ações de formação para todos os trabalhadores de IPSS canónicas.

D. José Cordeiro recorda que “a missa começa com o reconhecimento dos pecados, pela penitência, pela culpa e pelo perdão. Mas nós já estamos até nos passos seguintes da reparação, da escuta ativa das vítimas e estamos a cuidar, a proteger, a formar. A Eucaristia, de facto, é o máximo de expressão da palavra do pão e do perdão”, frisa.