350 alunos da UMinho em fila de espera para arranjar quarto nas residências

O número de estudantes que aguardam vaga nas residências da Universidade do Minho é “um pouco mais reduzido do que no ano passado”, mas isso “não significa que as coisas ficaram melhores”. De acordo com os dados apresentados pelo presidente da associação académica na última Reunião Geral de Alunos, realizada esta quarta-feira, há cerca de 350 pessoas em lista de espera.
Especificando que o valor tem oscilado desde o princípio do ano letivo, Duarte Lopes perspetiva que esse indicador vai “descer nas próximas semanas”, já que os alunos “começam a procurar outras soluções ou desistem dos estudos”. “O receio que fica é o abandono escolar. Mesmo que o estudante não seja bolseiro [todos os bolseiros que se candidataram às residências arranjaram quarto], pode não ter possibilidades de arrendar um quarto no setor privado”, teme.
Juntando as residências Dr. Carlos Lloyd e de Santa Tecla, em Braga, e as de Azurém e dos Combatentes, em Guimarães, a Universidade do Minho (UMinho) disponibiliza cerca de 1.400 camas. Com as intervenções previstas no Plano de Recuperação e Resiliência – duas novas residências, situadas nos edifícios da antiga Fábrica Confiança, no concelho bracarense, e da Escola de Santa Luzia, em solo vimaranense -, deverá chegar às 2.300.
Para este ano letivo, entre outras medidas, o Governo aprovou a atribuição automática de bolsas de estudo aos estudantes que beneficiem de abono de família até ao terceiro escalão e que ingressem através do concurso nacional de acesso ao ensino superior público.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, até esta sexta-feira, a nível nacional, foram aceites 41.780 dos 47.239 processos decididos, cerca de 41% das solicitações. Trata-se do número mais elevado de sempre de pagamentos ao fim do primeiro mês de aulas. A taxa de sucesso na UMinho está ligeiramente acima, 48%. Cerca de 3 mil estudantes já asseguraram bolsa.
Transportes. AAUMinho pede apoio à reitoria para ajudar a custear subida dos preços
O preço unitário da senha de autocarro passou, este ano, de 1,40€ para 1,60€. O custo de um pack de cinco bilhetes é agora de 5,50€, mais 0,50 € do que anteriormente. Este aumento, a rondar os 10%, fica “muito aquém” do valor cobrado por viagem pela empresa de transportes, que subiu entre 50% e 70%.
Duarte Lopes explica que, além da inflação, a variação é justificada pela “atualização dos valores do contrato”, que não acontecia “há muitos anos”. “O preço praticado já causava prejuízo à entidade que presta o serviço e foi-nos feito um ultimato: «Ou isto sobe ou não temos capacidade para manter o serviço»”.
Tornando-se “altamente insustentável”, a Associação Académica da Universidade do Minho foi obrigada “a avançar com uma solução que nenhuma direção quer tomar”. Para ajudar a abater o prejuízo, adianta o presidente, a AAUMinho está a procurar soluções junto da reitoria, que é cofinanciadora da parceria, para aumentar o envelope financeiro no próximo orçamento da academia minhota. Desde 2018, o valor anual atribuído à estrutura estudantil, nesta área, é de 70 mil euros.
