2024 será ano de reestruturação no IE. Instituto decide futuro dos centros de investigação

2024 poderá ser um ano de reestruturação quer ao nível da oferta formativa quer ao nível da investigação no Instituto de Educação da Universidade do Minho (IE). Na cerimónia do 48º aniversário da unidade orgânica, esta segunda-feira, a presidente do IE, Beatriz Pereira, frisou a necessidade de refletir sobre a possível abertura de novos cursos, nomeadamente, não conferentes de grau e de curta duração, não colocando de parte a possibilidade de vir a abandonar outras apostas que, neste momento, não estão a conseguir cativar estudantes.
“Temos efetivamente de reestruturar os cursos de mestrado em ensino até por imposição de decreto de lei e na sequência disso criar novas oportunidades, de melhor qualidade e maior utilização do corpo docente”, refere.
Este ano, o IE conseguiu captar alunos com melhores notas máximas e mínimas de entrada. Por outro lado, no que toca à investigação, a presidente não escondeu a “desmotivação” de alguns quadros devido aos atrasos na atribuição de verbas arrecadas para projetos, o que tem criado dificuldades na execução.
Este campo também foi abordado pelo reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, que, uma vez mais, sublinhou a urgência do IE encontrar uma solução para os dois centros de investigação que detém: em Educação e em Estudos da Criança.
“O ponto que eu tenho defendido é que a convergência e a busca de sinergia é absolutamente fundamental. Continuarmos com lógicas, que eu posso perceber até certo ponto, que são tendencialmente fragmentarias não me aprece ser o melhor caminho. Do meu ponto de vista, aquilo que o IE deveria procurar era a constituição de uma unidade de investigação forte, certamente com múltiplas linhas de ação, mas uma unidade orgânica capaz de afirmar a voz do IE no contexto nacional e internacional”, declara.
Ainda assim, a presidente olha para o próximo ano com “otimismo”. “Acreditamos que, coletivamente, com os nossos docentes, com os nossos trabalhadores técnicos, administrativos e de gestão, com os nossos alunos, com o apoio dos colegas das outras escolas da UMinho, com os professores que colaboram com o IE e ajudam os nossos alunos a sentirem-se parte integrante nos seus contextos, empresas, escolas, ONG, etc, seremos mais fortes. É a união de esforços que impulsiona o nosso sucesso”, afirma Beatriz Pereira.
Outra das problemáticas apontadas, o dito “elefante na sala”, foi o envelhecimento do corpo docente e necessidade de renovação do mesmo. Este ano, quatro docentes do IE aposentaram-se, são eles: Licínio Lima, Carlos Gomes, Virgínio Sá e Judite Zamith Cruz.
O reitor acredita que o novo mecanismo que tem sido debatido, o FCT Tenure, pode contribuir para o aliviar da situação na UMinho e em especial no IE.
Esta quinta-feira, 14 de dezembro, está agendada uma reunião entre o reitor e os presidentes das unidades orgânicas com vista a definir uma estratégia interna em relação à concretização deste programa.
Este ano o “Prémio Almedina” foi entregue à estudante Daryna Vovkunovych. O grande ausente do dia foi o convidado especial, o professor da Universidade de Lisboa, António Sampaio da Nóvoa, que devido ao Conselho de Ministros não conseguiu marcar presença fisicamente. Durante a sessão foi transmitido um vídeo em que elencou os “novos” desafios da Educação para o futuro, nomeadamente, em termos de cooperação, cuidar, cidadania e convivência.
