Guidance arranca com casa cheia e público internacional

Arranca esta quinta-feira a 12.ª edição do Festival Internacional de Dança Contemporânea, em Guimarães.
Em 2023, o tema está relacionado com a diversidade sensorial dos corpos e até 11 de fevereiro estão previstos 11 espetáculos, masterclasses, mas também uma exposição, uma oficina e a exibição de uma peça fazem parte do programa que se divide entre o Centro Cultural Vila Flor, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães e o Teatro Jordão.
Numa conversa com a RUM a poucas horas do arranque do festival, Rui Torrinha reconheceu o sucesso contínuo do Guidance que nesta edição contará com a visita de vários programadores internacionais, além de espetadores portugueses e do norte de Espanha. Segundo Rui Torrinha, é cada vez mais evidente a aproximação do público da Galiza aos espetáculos do Guidance. Esta 12ª edição conta com algumas novidades, nomeadamente a introdução do cinema. Estão previstas duas projeções de filmes relacionados com o universo da dança. A relação com as escolas e as conversas no final dos espetáculos são outras marcas que se mantêm no programa deste ano.
Colocar o público e os artistas em diálogo permanece como uma das marcas identitárias do festival internacional. “Tentamos abordar sempre, a partir do corpo, as transformações, o que vamos assistindo na sociedade, aos temas fraturantes e àquilo que é premente e urgente falar”, começa por sublinhar o programador. Depois de discussões “animadas e consensuais” para o nascimento desta edição, Guimarães acolhe por estes dias espetáculos “com temas que estão em foco na sociedade”.
Nesta noite de quinta-feira, a abertura faz-se no Grande Auditório Francisca Abreu com o espetáculo-concerto “BAqUE”, de Gaya de Medeiros, já esgotado. “É uma peça elaborada e concedida por criadores trans que tem muito a ver com a ideia de um corpo que se liberta e que discurso é que poderá ter um corpo que se liberta”, descreve Torrinha.
A companhia Dançando com a Diferença é o destaque deste festival, com três peças distintas ao longo dos próximos dias.
Já para sábado estão reservados três espetáculos, o primeiro a começar às 18h30, de Jacopo Jenna (italiano). “Leva ao palco uma espécie de coroeografia do quotidiana, e depois espelhada numa coreografia da natureza”, detalha. Às 21h30 é a vez de uma estreia nacional, do espanhol Jesus Rubio Gamo, com uma peça que “trasborda humanismo, luz e otimismo”, completa Rui Torrinha. Pelas 23h30, Silent Disco, mostra a libertação da dança através dos clubes.
A segunda semana conta com novas propostas da Dançando com a Diferença. E na quarta-feira, o destaque vai para um coreógrafo português, Marco da Silva Ferreira. Sobre este profissional, o diretor artístico destaca uma carreira em ascenção lá fora.
O Guidance termina no sábado, dia 11 de fevereiro, com o regresso de um artista internacional conhecido do público deste festival, em mais um espetáculo já esgotado. Rui Torrinha diz que a escolha de encerramento, Akram Khan Company, não foi ao acaso, já que se pretende “situar o festival no contacto com a natureza para depois lançar a felicidade a partir de outros campos sensíveis”.
