Passar por um ciclista de fato já não é "uma experiência que causa surpresa" na cidade dos arcebispos, mas os utilizadores diários querem ver cada vez mais bracarenses a usar a bicicleta nas suas tarefas diárias. Por Braga, quem anda de bicicleta diariamente conhece as fragilidades. O contacto diário com uma realidade que apresenta os seus perigos tem levado a uma intensificação de publicações sobre o tema nas redes sociais. À autarquia chegam cartas e pedidos. Pela voz dos autarcas da centro urbano também surgem preocupações. O município diz estar atento e apostado em intensificar o investimento que pode trazer mais utilizadores de bicicleta no dia-a-dia.

Este fim-de-semana, e depois das cidades de Aveiro, Lisboa e Guimarães, é em Braga que se reúnem os principais promotores da mobilidade urbana em bicicleta. Vão discutir o ponto de situação no país, listar ideias e sugestões que possam ajudar as autarquias locais a dar respostas que permitam mais ciclistas.

O destaque do 4º Encontro Nacional de Grupos Promotores da Mobilidade Urbana em Bicicleta vai para sábado, na sede da junta de freguesia de S. Victor, ondeem grupos divididos mais de cem utilizadores/promotores vão discutir vários temas, entre eles a legislação actual. O encontro serve também para fazer um levantamento de sugestões para formas como os municípios se podem financiar para ciclovias, por exemplo. 

"Já podíamos estar a discutir outras coisas mais à frente em Braga"

Mário Meireles, presidente da Braga Ciclável, realça a estratégia que deve ser pensada pelas associações a nível local. Nesta matéria, o porta-voz considera que o município tem feito “muito pouco em prol da bicicleta”. "É verdade que se tem feito alguma coisa, mas podia-se fazer muito mais. Nesta altura do campeonato já podíamos estar noutra fase, a discutir outras coisas que não fossem as distâncias entre dois bicicletários, que tipo de biciclétário se instalou ou se se coloca ou não uma ciclovia numa rua. Já podíamos estar a discutir coisas mais à frente", lamentou.

Entre as reivindicações dos utilizadores da bicicleta no centro urbano de Braga, Mário Meireles pergunta pelo projecto de 22km da rede ciclável prometido pela autarquia para 2018. "Não veio para discussão pública, não se justificou o porquê e gostávamos de ver esse projecto implementado", confessa aquele representante que defende que um projecto desta natureza "impulsiona a mobilidade em bicicleta, traz benefícios para a população, para o comércio local e para o congestionamento de trânsito que hoje se vive".

O programa do 4º Encontro Nacional de Grupos Promotores de Mobilidade Urbana em Bicicleta começa esta sexta-feira à noite com um debate agendado para as 21h30, na sede da Associação Comercial de Braga. O tema é "A bicicleta como modo de transporte em Portugal.

O encontro termina no domingo de manhã com um passeio de bicicleta pelo centro da cidade dos arcebispos. O que se pretende é "passar pelos bicicletários e ciclovias", mostrando aos participantes de outras cidades "o que é que tem sido feito em Braga", acrescentou.