Pedro Arezes, professor da Universidade do Minho, é o novo director nacional do Programa MIT Portugal. O docente foi esta manhã anunciado oficialmente por Paulo Ferrão, o presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), durante a conferência dos 10 anos do MIT em Portugal.

Em declarações à RUM, Pedro Arezes assumiu que terá como principal desafio a preparação de uma “proposta competitiva” para a renovação deste programa evidenciando a necessidade de “alargar as áreas de conhecimento” acompanhadas pelo MIT Portugal. Áreas que terão, inevitavelmente, que ser “emergentes”. “Temos instrumentos que nos vão permitir perceber quais as áreas emergentes e nas quais devemos apostar no futuro”, começou por explicar Pedro Arezes que lembrou que um dos objectivos iniciais que assume no cargo é o de “dar continuidade ao programa que se extingue em 2017 no final da segunda fase”. Para a terceira fase, sublinhou o investigador, “a ideia é alargar as áreas do conhecimento que não estavam consideradas na primeira e segunda fases”.

Ainda sem identificação das áreas contempladas, Pedro Arezes revelou que é possível perceber que a “indústria aeroespacial e exploração oceânica” serão, expectavelmente, alvo de projectos.

Orçamento possível para dar retorno ao país

Até ao final de 2017 o MIT Portugal terá um orçamento de sete milhões de euros – 2 milhões serão canalizados para o financiamento de 18 projectos exploratórios de investigação. Este não é o orçamento ideal, mas, no entender do responsável, é aquele que “permite um bom retorno para o país”. “É um orçamento que reflecte um corte verificado da passagem da primeira para a segunda fase do programa”, explicou Arezes que assumiu “limitação” na forma como se vai gerir este montante. Ainda assim, o responsável sublinhou que “serão sete milhões muito bem utilizados e que terão um retorno para Portugal e para a economia portuguesa. Algo que é uma das preocupações do programa".

Presente esta manhã na conferência do MIT Portugal esteve António Cunha, reitor da Universidade do Minho, que salientou o “orgulho” da academia em ter um dos seus quadros à frente deste organismo. O responsável minhoto lembrou que esta “é uma função exigente”, dada a multidisciplinaridade da mesma, recordando que, no futuro, o programa MIT Portugal será ainda mais “ambicioso”.

”Era preciso uma pessoa que tivesse uma capacidade de diálogo entre as várias áreas do conhecimento. Acho que foi uma escolha muito acertada e temos uma expectativa muito positiva no trabalho brilhante que o professor irá fazer à frente deste programa”.

Pedro Arezes, de 43 anos, é professor catedrático no Departamento de Produção e Sistemas na Escola de Engenharia da Universidade do Minho, onde dirige o grupo de Ergonomia e Factores Humanos do Centro de Investigação ALGORITMI.

Já o programa MIT Portugal resulta de uma parceria entre cinco universidades portuguesas - Lisboa, Nova de Lisboa, Coimbra, Porto e Minho -, empresas e o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e foi criado em 2006 tendo como objectivo “fortalecer a base de conhecimento do país, o empreendedorismo de origem científica e a competitividade internacional através de investimentos estratégicos em pessoas, conhecimentos e ideias inovadoras”.