Representantes de onze universidades portuguesas e centros de investigação reúnem-se esta sexta-feira, em Braga para defender a necessidade de instalar no INL o primeiro Centro de Criomicroscopia em Portugal. O encontro conta ainda com decisores políticos e empresas ligadas ao sector da saúde. Este pode ser o primeiro passo para a instalação deste centro pioneiro no país.

"Neste momento não existe nada parecido no país e o INL dispõe das condições necessárias", começou por explicar Jorge Fiens, do INL. O edifício do INL já foi construído a pensar na instalação de microscópios como este. Agora, o centro de criomicroscopia visa trabalhar amostras vivas, que são congeladas para serem observadas no microscópio eléctrónico que ainda não existe em Portugal. 

Um centro desta natureza "dará um contributo muito importante para a investigação científica na área da biologia e das ciências da saúde, nomeadamente na visualização de vírus e bactérias que depois permitem abrir caminho para o desenvolvimento de novas terapias para múltiplas doenças", referiu ainda aquele responsável.

O encontro desta sexta-feira visa "conquistar o poder político para a necessidade deste centro". Apesar do custo elevado, Jorge Fiens alerta que "o país ficará muito para trás dos congéneres europeus e internacionais, como por exemplo a China onde existem vários centros deste género". "Ao pensarmos no custo de ter, devemos pensar, acima de tudo, no custo de não ter", sublinhou.

A iniciativa desta sexta-feira conta com a participação de cientistas de 11 universidades e institutos nacionais do Norte a Sul de Portugal: Universidade Nova de Lisboa, Universidade do Porto, Instituto Gulbenkian de Ciência, Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, Universidade do Minho, Universidade do Algarve, Universidade de Coimbra, Universidade de Lisboa, Universidade da Beira Interior, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e Fundação Champalimaud.