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Elsa Moura

Academia 26.10.2016 14H52

Investigador do CECS vence prémio internacional

Escrito por Elsa Moura
A tese de doutoramento "Da 'portugalidade' à lusofonia", da autoria de Vítor de Sousa, investigador na academia minhota, acaba de vencer o prémio Mário Quartin Graça.

Vítor de Sousa, investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho (UM) acaba de vencer o prémio Mário Quartin Graça. A tese de doutoramento intitulada “Da 'portugalidade' à lusofonia” foi considerada a melhor em Ciências Sociais realizada em Portugal e na América Latina.

Em declarações à RUM, o investigador começou por explicar que o trabalho “decorreu de uma inquietação do termo portugalidade estar a ser reinserido na sociedade portuguesa sem que se contextualizasse”. Para Vítor de Sousa “é importante que se contextualize até porque teve uma génese conotada ideologicamente com o Estado Novo”. A investigação apontou, por isso, aos anos cinquenta e sessenta do século XX.

Neste trabalho de investigação, Vítor de Sousa faz ainda a transposição para a lusofonia. “Cheguei à conclusão que é impossível haver portugalidade na lusofonia porque isso é mesmo um contra-senso, uma vez que a interculturalidade arrasa os essencialismos para que exista”, referiu. 

Uma tese que “desbrava um caminho de um tema polémico em Portugal”. Vítor de Sousa vai mais longe, referindo que nas ciências sociais e humanas é importante “desconstruir e evitar o consenso social que está, de certa forma, a pôr de fora das temáticas o espírito crítico que caracteriza a própria ciência social e humana”.

O investigador da academia minhota reconhece que o prémio internacional irá, sobretudo, permitir a divulgação do trabalho que “desconstrói a ideia de hispanidade”. 

Um prémio que poderá junto das universidades “dar a conhecer um trabalho que descontrói a ideia de hispanidade, para chegar à própria portugalidade a que muitos dizem que ela está associada, mas que eu cheguei à conclusão que não tem assim muito a ver”, rematou o autor.

Vítor de Sousa defendeu a tese de doutoramento em 2015. A entrega do prémio, no valor de 5 mil euros, realiza-se em meados de Novembro, em Lisboa.

Para além deste português premiado, Jorge Pereira, também antigo aluno da Universidade do Minho, mas actualmente um investigador da Universidade de Aveiro, venceu na categoria "Tecnologias e Ciências Naturais", com um trabalho que se debruçou sobre dois bioprocessos alternativos e de menor impacto ambiental nas indústrias petrolífera e farmacêutica. 

O Prémio Científico Mário Quartin Graça, instituído pela Casa da América Latina e pelo Banco Santander Totta, destina-se a distinguir teses de doutoramento realizadas por investigadores portugueses ou latino-americanos em universidades de Portugal ou da América Latina. Os temas devem ser de interesse comum ou resultar, na sua elaboração, da colaboração entre universidades de ambos os lados do Atlântico.

O prémio prevê as categorias de Ciências Sociais e Humanas, Tecnologias e Ciências Naturais e Ciências Económicas e Empresariais e é constituído por uma importância de 5.000 euros para cada uma das três categorias.

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