O Presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, considera que há quatro novos ‘D’s que é preciso cumprir para dar continuidade à evolução de Portugal desde o início da sua história democrática, há cinquenta anos.

No seu discurso, na Sessão Solene da Assembleia Municipal de Braga dedicada aos 50 anos da Revolução, Ricardo Rio considerou que é preciso dignificar a atividade política e pública, continuar o processo de descentralização, fortalecer o diálogo a nível mundial e devolver a esperança aos portugueses.

O social democrata saúda "um vasto processo de transformação" desde o início da revolução, há cinquenta anos e considera que na atualidade é preciso "sentir orgulho pelo caminho trilhado", num país que vive hoje "uma realidade de muito mais progresso, de muito melhor qualidade de vida para a generalidade da população, de muito mais liberdade". O autarca sublinhou a maior participação da mulher na sociedade, uma maior tolerância para a diferença. Diz que apesar de todas as conquistas, elas não deixam de ser "frágeis", importando cumprir novos 'D's para dar continuidade à evolução de Portugal. 

"O primeiro é, obviamente, o da dignificação. Não se pode falar em democracia e em força das instituições democráticas se continuamente estivermos a pôr em causa essas mesmas instituições e a minar a credibilidade e a dignidade de todos aqueles que nelas exercem funções. Não só na esfera partidária e política, mas na justiça, em vários outros setores que são essenciais para dar força à democracia em qualquer país", realçou, considerando que esse risco "nos levará, porventura, à derrocada daquilo que é o pilar fundamental do processo constitucional, que é o regime democrático".

Falando depois em desenvolvimento, o segundo autarca de Braga desde o processo democrático refere que "não é possível dar continuidade ao crescimento e à evolução que o nosso país alcançou se não houver uma efetiva descentralização". "A descentralização é, hoje, fundamental. Dar mais poder às autarquias, reconfigurar o mapa administrativo do nosso Estado, dar mais poder às estruturas de proximidade", vincou, enaltecendo essa "grande conquista de Abril pelo contributo que dão para o desenvolvimento do seu território".

Disse também que é preciso "uma postura de diálogo ativo a nível internacional" e finalizou com uma mensagem voltada para a abertura a outras culturas. "Não podemos aceitar que seja estimulada uma xenofobia dissimulada, um racismo que se vai sentindo, porque Portugal é por exelência um país integrador e um país que consegue promover um forte diálogo intercultural", concluiu.

Presidente da Assembleia Municipal de Braga avisa que é necessário "continuar a defender a democracia"

A presidente da Assembleia Municipal de Braga, Hortense Santos recordou hoje, na cerimónia solene da Assembleia dedicada aos 50 anos do 25 de Abril de 1974, registos de uma das primeiras atas da história da assembleia municipal de Braga. Hortense Santos sublinhou que é necessário continuar a defender a democracia.

"Pode ler-se numa das atas do início da Assembleia Municipal que agradece o ambiente vivido, que foi plenamente democrático, dentro das regras da democracia, do respeito, da cordialidade que esperava ser norma nos trabalhos que se seguiram", citou. A Presidente da AM de Braga vinca que estes princípios "continuam a ser defendidos nesta assembleia e não poderemos esquecer". "Nesta assembleia municipal muito se tem trabalho pela democracia, por Braga, por todos os bracarenses. Continuaremos a pugnar pela dignidade da política, pela democracia e pela nossa cidade", assegurou.