A União de Restaurantes do Minho (Urminho) diz que "não pode haver dois pesos e duas medidas" para o setor da restauração, dando como exemplo o jantar comício promovido este domingo pelo partido Chega, num restaurante em Braga.

"Não podemos permitir que, por haver campanha eleitoral, seja possível juntar 170 pessoas num restaurante, enquanto eu e outros colegas estão proibidos de ter 20 ou 30 pessoas, com todo o distanciamento e medidas exigidas", diz à RUM Tiago Carvalho, porta-voz da associação e empresário da restauração.

A Urminho enviou esta segunda-feira uma carta às principais entidades do Estado para exigir esclarecimentos em relação ao evento do Chega, apelando ainda a um boicote dos empresários da restauração ao voto nas eleições presidenciais do próximo domingo, dia 24.

"Estamos inibidos de trabalhar e no dia 24, só com o pretexto das eleições, já toda a gente pode sair e circular entre concelhos", critica o responsável, perspetivando que o número de casos vá aumentar no domingo, situação que vai agravar o setor da restauração.

"Provavelmente vamos estar inibidos da nossa atividade por mais um mês e meio e isso não é aceitável só por causa das eleições", diz o responsável, sublinhando que a restauração, desde a reabertura em maio passado, tem sido capaz de "cumprir com todas as normas exigidas pela Direção-Geral da Saúde".