É assinalado esta quinta-feira o Dia Mundial da Lógica, uma data proclamada pela UNESCO e coordenada pelo Conselho Internacional da Filosofia e das Ciências Humanas (CIPSH) desde 2019. A data evoca os lógicos Alfred Tarski, nascido nesse dia há 120 anos, e Kurt Gödel, falecido no mesmo dia há 33 anos.

Para o diretor do Departamento de Filosofia da Universidade do Minho, João Ribeiro Mendes é uma "honra", a nível pessoal e também para a academia minhota, ter sido convidado pelo presidente do CIPSH, Luiz Oosterbeek, a deixar um testemunho-vídeo no portal da entidade.

À RUM, o docente da UMinho, defende que nunca foi tão importante falar sobre lógica, visto que o "ritmo acelerado" das nossas vidas tem contribuído para "conflitos, irracionalidade, paradoxos e dilemas". João Ribeiro Mendes garante que atualmente não estão reunidas as condições necessárias para "analisarmos com detalhe e atenção as implicações e consequências daquilo que estamos a ponderar".

O académico evoca o filosofo Gianni Vattimo para dizer que hoje reina um "pensamento débil".

Quando questionado sobre o papel das redes sociais no pensamento crítico, o diretor do Departamento de Filosofia da UMinho afirma que estas plataformas não devem ser demonizadas, pois acredita que "a inteligência coletiva será sempre melhor que a individual".

Para o investigador, a lógica não é mero organon da inteligência, ou seja, "é a própria condição para pensarmos com clareza. Não tem uma natureza instrumental é mais profundo. Está enraizado".

A página do CIPSH inclui ainda testemunhos dos portugueses Luís Raposo, presidente do Conselho Internacional de Museus da Europa, e Jacinto Jardim, diretor do Gabinete de Educação para o Empreendedorismo e Cidadania Global, a par de responsáveis de Israel, China, Argentina, EUA, Colômbia, Japão, Brasil ou Lituânia.