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Internacional 28.09.2020 17H24

Retoma económica tem sido fraca e há muitas incertezas

Escrito por Redacção
Perante o ressurgimento de infeções na Europa, Christine Lagarde reconheceu que as medidas sanitárias, nomeadamente de contenção, “continuam a pesar sobre a atividade económica e a representar um risco para as perspetivas económicas”.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou hoje que a atividade económica na zona euro registou “uma certa retoma” após o confinamento, mas tem sido “fraca” e afetada pelas “incertezas” relacionadas com a pandemia de covid-19.

“A atividade económica da zona euro já teve uma certa recuperação, mas ainda é incerta. As pessoas estão a gastar de forma cautelosa […] e, apesar de algumas empresas já estarem a registar retomas, estão a fazê-lo de forma muito fraca porque ainda há muitas incertezas”, declarou a presidente do BCE.

Numa intervenção por videoconferência na comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, Christine Lagarde apontou que “o impacto da pandemia ainda está a ser sentido em toda a zona euro”.

“As pessoas estão a perder o seu emprego e os seus rendimentos e as empresas tem dificuldades e perspetivas futuras incertas”, reforçou.


Perante o ressurgimento de infeções na Europa, Christine Lagarde reconheceu que as medidas sanitárias, nomeadamente de contenção, “continuam a pesar sobre a atividade económica e a representar um risco para as perspetivas económicas”.

Por isso, defendeu medidas adotadas pelos governos nacionais como esquemas de desemprego temporário, que “continuam a ser importantes porque mitigam o impacto da pandemia”.

Sobre a atuação do banco central, argumentou que os instrumentos criados – como as operações de liquidez ou os programas de compra de ativos – estão a “apoiar a recuperação económica”, devendo manter-se “pelo menos até 2021 e, em qualquer caso, até o Conselho do BCE julgar que a fase de crise do novo coronavírus terminou”.

“Sem eles, estaríamos a ter uma crise muito mais grave”, sustentou.

As previsões mais recentes do BCE, mais otimistas que as anteriores, preveem que o produto interno bruto (PIB) da zona euro caia 8% este ano para depois voltar a crescer 5% em 2021 e 3,2% em 2022.

A responsável mostrou-se, também, disponível para reajustar estes instrumentos, desde logo para promover o aumento da inflação, uma prioridade do BCE que quer este indicador nos 2% em vez dos 0,2% de agosto passado.

“No atual ambiente de grande incerteza, o Conselho do BCE avaliará cuidadosamente todas as informações recebidas, incluindo sobre a evolução da taxa de câmbio, no que diz respeito às suas implicações para as perspetivas de inflação a médio prazo", declarou Christine Lagarde.


Nesse âmbito, o BCE “continua disponível para ajustar todos os seus instrumentos, conforme apropriado, para assegurar que a inflação se aproxime do seu objetivo de uma forma sustentada”, acrescentou.

Aludindo ao NextGenerationEU, o fundo de recuperação de 750 mil milhões de euros proposto pelo executivo comunitário e acordado pelos líderes europeus numa longa cimeira em julho passado, Christine Lagarde defendeu que tais verbas devem ser usadas pelos países “de forma atempada, mas reforçando o crescimento a longo prazo e os objetivos da União Europeia”.

“Se conseguirmos fazer isso, estes fundos podem mudar toda a situação e é isso que a UE precisa em termos de modernização, resiliência e prosperidade”, adiantou.

Na ocasião, Christine Lagarde anunciou ainda aos eurodeputados que o BCE vai aumentar a sua transparência perante os cidadãos, passando nomeadamente a publicar pareceres éticos do em casos de conflitos de interesse.


c/ Lusa

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