A concelhia do PSD de Barcelos "repudia veementemente" a decisão da comissão política nacional do Partido na escolha de Mário Constantino como candidato às autárquicas.

Numa extensa publicação na sua página de Facebook, a concelhia lembra que escolheu o empresário e independente João Sousa para encabeçar a lista do partido às autárquicas, numa decisão validada pela comissão distrital, e que "não compreende" a razão pela qual a nacional "não validou a proposta", referindo que a mesma "obedeceu ao processo defendido" pelo líder do partido, Rui Rio, e "corresponde ao perfil defendido pelos militantes colhendo unanimidade junto das estruturas locais".

A concelhia fala em "contradição" ao considerar que a opção da nacional por Mário Constantino baseou-se "no facto de Mário Constantino ter sido a pessoa melhor colocada na sondagem realizada em janeiro" e que "tal argumento surge ao arrepio da retórica da direção do partido que sempre tem vindo a desvalorizar as sondagens realizadas a nível nacional", lembrando ainda que "João Sousa não foi incluído na sondagem".

Na nota é ainda criticado que "na cerimónia de apresentação de candidatos realizada [na quarta-feira, pelo secretário-geral do PSD, José Silvano] não tenha sido dada qualquer justificação pública para esta tomada de posição".

A concelhia refere que "o facto de que Barcelos ser a segunda secção do país com mais militantes ativos, e ser o 6º concelho que mais votos contribui para o PSD certamente deveria merecer outra atitude por parte dos responsáveis do nosso partido" e exige "uma reunião com caráter de urgência" com Rui Rio para sejam apresentadas "justificações para a tomada de posição" da nacional, recordando que "há mais de 20 anos que nenhum processo do distrito de Braga havia sido avocado" pela nacional.

Mário Constantino será recandidato pelo PSD à Câmara de Barcelos, depois de ter estado na corrida em 2017 e ter perdido para o PS, de Miguel Costa Gomes. Os socialistas estão no poder autárquico barcelense desde 2009.