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Vanessa Batista

Academia 27.01.2022 21H00

ICVS inicia ensaio clínico veterinário sobre lesões medulares traumáticas 

Escrito por Vanessa Batista
Previsão é que testes arranquem em 2024 em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, no âmbito do projeto SECRET4SCI, galardoado com 200 mil euros pelo Prémio Melo e Castro.
Declarações de António Salgado, investigador do ICVS, ao UMinho I&D.

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Investigadores da Universidade do Minho vão avançar com testes veterinários, em 2024, para testar uma nova terapêutica que pode minimizar os efeitos das lesões medulares traumáticas.

O ensaio clínico será feito em parceria entre a equipa do Instituto de Investigação para as Ciências da Vida e da Saúde da Escola de Medicina da UMinho e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, no âmbito do projeto SECRET4SCI, galardoado com 200 mil euros pelo Prémio Melo e Castro.


Em entrevista ao Uminho I&D, António Salgado, investigador do ICVS, revela que o projeto está dividido em quatro fases: a primeira ligada à produção, segunda à componente de validação no laboratório, inicialmente em modelos tridimensionais que irão ajudar a diminuir a necessidade de modelos animais in vivo, numa terceira fase serão desenvolvidos modelos experimentais em roedores e, por último, a equipa pretende fazer um ensaio clínico veterinário que será utilizado como uma espécie de "antecâmara" para validar soluções do ponto de vista de fiabilidade clínica. Caso os resultados sejam positivos, a equipa poderá começar a pensar em ensaios clínicos em humanos.


A investigação do ICVS em células estaminais para minimizar os efeitos de lesões medulares traumáticas teve início em 2008. O SECRET4SCI, uma ramificação do trabalho original, dedica-se ao estudo do secretoma das células estaminais. Trata-se de uma forma de comunicação das células através de proteínas de vesículas que "secretam para fora do interior" e que vão "viajar até à célula vizinha e instruir essa célula sobre o que deve fazer. Estes sinais, pelo que percebemos, têm uma grande capacidade de regeneração. O que nós nos propomos a estudar é, precisamente, tentar perceber até que ponto podemos utilizar estes sinais produzidos por células para produzir algo que seja semelhante a um fármaco".


As lesões na espinal medula é um problema que afeta humanos e animais. Além da dificuldade na mobilidade, os pacientes apresentam também problemas severos no controlo do sistema urinário, sexual e, em alguns casos, podem não conseguir ser autónomos na respiração.


Os investigadores do ICVS já conseguiram recuperar quase 40% das capacidades de ratinhos em laboratório com este género de traumatismos. Os testes que permitem perceber esta recuperação incidem sobre a velocidade e quantidade de metros/quilómetros percorridos, controlo do sistema urinário e o crescimento ou não de estruturas nervosas. 

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