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LILIANA OLIVEIRA/RUM
Liliana Oliveira

Cultura 30.04.2021 22H51

Galeria do Paço acolhe exposição sobre colonialismo "que é feita para pensar"

Escrito por Liliana Oliveira
Exposição inaugurou esta sexta-feira na Galeria do Paço, onde estará patente até 30 de Junho. Também o Museu Nogueira da Silva acolhe parte do acervo da Diamang sobre o colonialismo.
Vice-reitora Manuela Martins e coordenador fotográfico Duarte Belo sobre a exposição que inaugurou na Galeria do Paço

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São centenas de fotografias de mais de uma dezena de autores, que fazem parte do espólio da empresa Companhia de Diamantes de Angola e que contam a história de um passado recente.

"O Silêncio da Terra – Visualidades (Pós) Coloniais Intercetadas pelo Arquivo Diamang" é o nome da exposição que inaugurou, esta sexta-feira, no Galeria do Paço da UMinho, na presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, que considerou esta "a melhor forma de terminar o dia na UMinho". 


Para o coordenador da vertente fotográfica da exposição, Duarte Belo, "a principal mensagem é o confronto com a realidade que foi o colonialismo". "Tem imagens que são impressionantes da relação de pessoas com cor de pele diferente, homens e mulheres, relações de trabalho. Vai trazer a quem visitar uma visão muito mais lúcida do que foi o colonialismo português", acrescentou. 

Manuela Martins, vice-reitora para a Cultura e Sociedade, destacou a envolvência de muitos jovens investigadores na análise do acervo. "É uma exposição que é feita para pensar. Cada fotografia evoca uma densidade histórica que importa avaliar", afirmou Manuela Martins. Para a vice-reitora, no Paço está agora "uma exposição que realiza bem o conceito de uma difusão cultural, de um património documental, que é propriedade da Universidade, e, nesse aspeto, cumpre com a obrigação que é a promoção cultural das unidades culturais".


No espólio da Diamang, que foi cedido à UMinho, consta quase 30 mil fotos. Na galeria do Paço estão expostas cerca de 500. Esta iniciativa, que alia a fotografia à arte contemporanea, é um dos resultados do projeto de investigação “Mapeamento e Sentidos Críticos do Arquivo Fotográfico da Empresa Companhia de Diamantes de Angola (Diamang)”. A exposição apresenta "uma parte bastante reduzida do espólio da Diamang, que foi doado à UMinho". "Tivemos oportunidade, através de um projeto universitário de desenvolver, expor e comunicar uma parte significativa deste espólio e colocá-lo em diálogo com a arte contemporânea. Há uma série de artistas que estão representados e que refletem a questão colonial nos seus trabalhos", afirmou o curador.


“O Silêncio da Terra: visualidades (pós)coloniais intercetadas pelo Arquivo Diamang" pode ser visto até 30 de Junho na Galeria do Paço, mas também no Museu Nogueira da Silva até 10 de Setembro.  Na Galeria do Paço pode ver-se uma seleção do arquivo fotográfico, intercetado com obras daqueles artistas. Já no Museu Nogueira da Silva trabalha-se o arquivo histórico colonial sob três propostas: a residência artística de Délio Jasse, criada a partir do arquivo fotográfico da Diamang; o trabalho de Henrique Neves Lopes e os vídeos de Catarina Simão e Filipa César, que têm por base criativa materiais de arquivos coloniais; e a reprodução integral do acervo fotográfico da Diamang.


O programa complementar da exposição inclui um ciclo de conferências, de cinema; visitas organizadas e oficinas artísticas. 

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