O PCP de Braga defende que, mais do que travar o processo de desconfinamento, as medidas para controlar o aumento de casos no concelho deviam passar pela testagem massiva e pelo acelerar da vacinação.

À RUM, o membro da concelhia de Braga do partido, Belmiro Magalhães, alerta que a "situação de Braga reclama preocupação na saúde pública" mas salvaguarda que não se podem "descurar os impactos económicos e sociais" que advêm "das atuais medidas de confinamento".

"Mais do que discutir medidas de confinamento, era preciso, da parte do Governo, a massificação da vacinação, do rastreamento e da testagem", recomenda, acrescentando que são essas medidas que "têm permitido a evolução positiva da pandemia em muitas partes do país", sugerindo que se "generalize" ao restante território.

Sem o avançar no desconfinamento, previsto para a próxima segunda-feira, dia 14, o concelho de Braga está impedido de alargar o horário da restauração até às 01h00. De acordo com Belmiro Magalhães, o PCP tem recebido relatos de comerciantes e trabalhadores do setor "preocupados" com a manutenção das medidas de confinamento num "contexto que já não é fácil".

"Sabemos da dimensão e do número elevado de pessoas que dependem deste setor no concelho e é preciso medir as consequências económicas e sociais", avisa, deixando ainda críticas ao discurso de "responsabilização individual" já manifestado por membros do Governo e pelo presidente da Câmara de Braga.

"Esse discurso não tem correspondência com a prática. Há uma ponderação generalizada de que os portugueses têm tido um comportamento muito responsável, acatando as normas das autoridades competentes", refere.

O concelho de Braga, com mais de 120 casos por 100 mil habitantes, é um dos quatro concelhos do país, a par de Lisboa, Vale de Cambra e Odemira, que não avançam no processo de desconfinamento na próxima segunda-feira. 

Entre as medidas que passam a vigorar a partir de segunda-feira, estão o alargamento do horário da restauração até à meia-noite para entrada de clientes e encerramento à 01h00, o fim de qualquer imposição no horário do comércio, e o fim do teletrabalho obrigatório.