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Foto: Avelino Lima
Pedro Magalhães

Cultura 14.01.2021 12H42

Diretor da CTB assume: "Não sei como vamos aguentar mais um mês de confinamento"

Escrito por Pedro Magalhães
Companhia de Teatro de Braga tinha agendado três espetáculos até final do mês.
Rui Madeira em declarações à RUM

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O diretor da Companhia de Teatro de Braga (CTB), Rui Madeira, admite que a sua companhia terá dificuldades em subsistir com o novo confinamento, que impede a abertura das salas de espetáculo até, pelo menos, 30 de janeiro.


À RUM, o responsável revela que a "companhia tem muito para fazer" - a CTB tinha agendados três espetáculos, em Barcelos, Braga e Maia - e assume que não sabe como é que "a companhia vai aguentar mais um ou dois meses de confinamento".


Rui Madeira, também encenador da CTB, espera que, com o encerramento das salas, a "segurança social se for pessoa de bem - que não é - pague os salários às pessoas", revelando que a sua companhia despende 8 mil euros por mês entre impostos e segurança social, "coisa que 80% das estruturas culturais em Portugal não faz".


O diretor da companhia teatral fundada em 1980 é também da opinião que algumas figuras da cultura em Portugal estão a desvirtuar a discussão sobre o estatuto do trabalhador e diz que não se podem confundir artistas com prestadores de serviços.


"Pugno, há muito tempo, pelo estatuto dos artistas, não dos profissionais da cultura", diz, assinalando que "uma pessoa que faz a limpeza no teatro ou um camionista que transporta cenários" não devem estar incluídos na discussão. 


"As pessoas andam todas enganadas e essa história dos coitadinhos dos artistas é verdade mas não é coitadinho do Covões ou do Montez, que controlam a produção artística em Portugal através dos festivais de música, e que têm assalariados a recibos verdes", critica.


Rui Madeira deixa ainda reservas quanto à opção do Governo de confinar, sublinhando que "o confinamento devia ter chegado antes do Natal" para "preservar o trabalho das pessoas".

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