Têm vindo a aumentar os casos de ansiedade e depressão a nível nacional e internacional. Esta sexta-feira, o Hospital de Braga assinala o Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado no passado dia 10 de outubro, com um debate intitulado: "O impacto da pandemia de covid-19 na saúde mental dos profissionais de saúde", assim como uma sessão de Mindfulness e Comunicações Livres em que foram discutidas questões relacionadas com estratégias de prevenção do suicídio na comunidade e recursos sociais para a doença mental.

Segundo o médico psiquiatra da unidade de saúde bracarense, João Bessa, os últimos inquéritos realizados pelo Instituto Ricardo Jorge, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, apontam para um aumento significativo das queixas reportadas pela população em geral e, mais concretamente, pelos profissionais de saúde.

Aos jornalistas, fonte do Hospital de Braga garante que a procura na área da saúde mental, já está muito próxima dos níveis pré-pandemia, sem disponibilizar números concretos.

Ora, com este alerta como pano de fundo, o especialista reforça a necessidade de dar visibilidade e debater o tema da saúde mental que continua a ser estigmatizado pela sociedade.

De acordo com os dados mais recentes divulgados pela conceituada revista "The Lancet", foi registado um aumento de 20% dos casos de depressão e ansiedade. O "impacto na funcionalidade" da pessoa, quando esta deixa de trabalhar, socializar e começa a isolar-se são alguns dos sinais que podem estar relacionados com o desenvolvimento de uma patologia do foro psicológico. Contudo, o indivíduo não deve, de imediato, marcar uma consulta de psiquiatria. Deve, sim, aconselhar-se junto dos cuidados de saúde primários que, posteriormente, podem reencaminhar para o hospital.

Quanto aos profissionais de saúde, o diretor clínico do Hospital de Braga, Jorge Marques, não esconde que os encargos com os pacientes infetados com o SARS-COV-2 contribuíram para um aumento do "stress emocional".

Devido a este desgaste, a equipa de psicólogos do Serviço de Psiquiatria da unidade hospitalar disponibilizou uma linha telefónica e um e-mail, à qual os profissionais podem recorrer para pedir ajuda. O serviço continua disponível.

Até 2 de novembro estará patente no Hall principal do Hospital de Braga, um conjunto de quadros pintados à mão pelos doentes do serviço de psiquiatria em contexto de terapia. Além da pintura, os especialistas também recorrem à expressão musical, plástica e artística.