Adolfo Macedo, mais conhecido por Luxúria Canibal, vocalista dos Mão Morta, vai coordenar o programa autárquico do Partido Socialista (PS) em Braga. O advogado que surge como independente afirma, aos microfones da RUM, que aceitou o convite porque está “aterrado” com a política de Ricardo Rio e da coligação. 

Há quatro anos já tinha sido mandatário da candidatura de Carlos Almeida da CDU. Diz que “é importante endireitar e salvar a cidade” do seu coração e assume como objetivo pessoal “não deixar que este descalabro continue”.

Esta sexta-feira, aos microfones da Universitária, Adolfo Macedo afirmou que a candidatura de Hugo Pires “é muito mais do que uma candidatura do PS" porque é "aberta a independentes e a todas as forças de esquerda que queiram colocar como desiderato mais alto a necessidade de retirar a cidade deste descalabro que tem sido a governação de direita”.

O advogado bracarense considera ainda que a candidatura de Hugo Pires, que foi vereador nos últimos mandatos de Mesquita Machado “rompe completamente com o que foi o PS do passado, o PS de Mesquita Machado” e por outro lado “vem dizer não ao fantasma do presente e ao que se passa com esta coligação de direita”. 

Adolfo Macedo sugere uma candidatura do PS “o mais alargada possível porque não é só o PS que vê com maus olhos o que está a acontecer à cidade”. 

“Toda a gente que não esteja ideologicamente ligada à coligação de direita vê o descalabro em que a cidade se encontra, vê os sucessivos anúncios com que a coligação governa a cidade sem que nada aconteça”, acrescenta. 

Muito crítico à governação do social democrata Ricardo Rio, o músico dá também o exemplo das “parangonas diárias nos jornais”.  “Vemos todos os dias Ricardo Rio a ser o maior nisto, o maior naquilo, Braga a ser a maior disto, o melhor destino. É tudo muito bom e tudo maravilhoso, mas depois quem vive na cidade, quem sabe o que se passa na cidade e vê o vazio que esses anúncios representam tem outra opinião completamente diferente. Esta insatisfação não se esgota no PS”, diz. Também por isso, Adolfo Macedo considera que ”o ideal seria uma replicação da geringonça a nível local”.

O coordenador do programa autárquico dos socialistas afirma ainda que Braga precisa de ser uma cidade “agradável para viver, onde as pessoas possam consumir cultura, onde haja espaços verdes, onde a circulação da cidade seja possível, onde não haja mau cheiro por ETAR’s que estão obsoletas”. “Há uma data de factos que todo este leque de pessoas quer para a sua cidade e isso é um ponto de união mais forte do que qualquer divergência”, conclui.

O coordenador do programa socialista garante que Braga “vai deixar de ser governada por anúncios e intenções e vai passar a ser governada por ações concretas”.

"Adolfo Macedo seria sempre um excelente elemento na câmara ou na assembleia municipal" - Hugo Pires

Sobre uma eventual disponibilidade para abraçar outros desafios na candidatura socialista em Braga, Alfredo Macedo respondeu que “é muito prematuro”, lembrando que esse assunto compete a Hugo Pires.

Nesta matéria, o candidato socialista disse à RUM que Adolfo Macedo "seria sempre um excelente elemento quer na câmara quer na assembleia municipal" e explica que "a seu tempo" o partido avançará com todos os nomes para as listas. "Ele está muito disponível para colaborar e para criar um movimento cívico que vá além dos partidos, que consiga tirar esta maioria de direita", referiu, comprometendo-se a apresentar uma proposta política "com profundidade para o concelho de Braga".

Hugo Pires realça o reconhecimento da cidade para com Adolfo Macedo. "É conhecido pela sua participação cívica, pelas suas ideias, pelo que defende não só a nível cultural, como a nível ambiental, a nível cívico e político", explica. O socialista refere que o projeto que encabeça "quer ir além das paredes da sede do partido e acrescentar valor".

"O PS está de braços abertos para uma coligação com o BE e com a CDU"

Adolfo Macedo sugere uma geringonça em Braga. Hugo Pires compreende a visão do independente e garante que se BE e PCP quiserem "entrar numa grande coligação e abraçar este projeto", o PS estará "sempre de portas abertas". "Se não quiserem temos pena, mas faremos o nosso trabalho e tentaremos demonstrar às pessoas que temos ideias, que temos um projeto para a cidade que vai ao encontro das necessidades das pessoas", explicou.