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Fotografia: Gonçalo Sales (RUM)             
Gonçalo Sales

Regional 02.05.2019 09H35

UGT realça independência dos partidos políticos

Escrito por Gonçalo Sales
Braga recebeu ontem as comemorações da UGT no âmbito do Dia do Trabalhador. Autarca Ricardo Rio também discursou.
Carlos Silva, secretário geral da UGT, Lucinda Damaso, Presidente da UGT, César Campos, Presidente da UGT-Braga e Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal de Braga.

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A UGT afirma-se independente de todos os partidos políticos nacionais. A mensagem foi repetida no discurso do secretário-geral, Carlos Silva, no Parque São João da Ponte, em Braga.


O líder da União Geral de Trabalhores afirmou, perante centenas de apoiantes, que apesar das criticas a união sindical "é independente" em relação aos partidos "que respeita", mas que também "não tem medo de lutar" contra quem quer que seja que esteja no Governo.


Carlos Silva garantiu que a UGT não aceita "mexidas" na Lei da Greve e acredita que o sindicalismo deve estar nas empresas, defendendo processos reivindicativos "mais agressivos". "É preciso que o surgimento destes processos reivindicativos mais agressivos e descontrolados consciencializem os empregadores de que há que valorizar os sindicatos tradicionais, que apostam na negociação e no diálogo e por isso não podemos aceitar que os partidos se disponham a discutir a Lei da Greve, devido a este fenómeno dos novos sindicatos", indicou.


O secretário geral da UGT abordou também o facto de os aumentos salariais "não acompanharem" o crescimento europeu e, deu até o exemplo de Espanha, em que o salário mínimo ascende aos mil euros utilizando até a expressão "a montanha acabou por parir um rato" quanto às expectativas de um Governo de esquerda nesta matéria. 


No final da sua intervenção, Carlos Silva, apelou ainda ao voto de todos os portugueses nas eleições europeias de dia 26 de Maio, referindo que a central sindical sempre "acreditou" num diálogo e numa participação próxima com os países europeus. 


"Afirmação do diálogo e consertação social, problemas demográficos, falta de natalidade e a precariedade no trabalho", problemas apontados pelo autarca Ricardo Rio


Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal de Braga participou nas comemorações da UGT e baseou o seu discurso em três dimensões, dando nota da importância do diálogo e da consertação social. "Não é possível promover o desenvolvimento económico sem salvaguardar a dignidade do trabalho, a remuneração justa e as condições dignas", defendeu, referindo ainda que os problemas demográficos e de natalidade demonstram que é preciso "uma verdadeira agenda para a conciliação da vida profissional com a vida familiar". Por fim, apesar de hoje os números de desemprego serem mais baixos, o autarca social democrata considera que "é insustentável existirem muitos que têm dificuldade em aceder ao mercado de trabalho, mas ao mesmo tempo existirem inúmeros projectos em que não se têm os recursos necessário por falta de qualificações".


"Muitos trabalhadores vivem numa situação laboral precária e as mulheres continuam a ser prejudicadas"


Lucinda Damaso, Presidente da UGT enalteceu o lema da central sindical escolhido para este ano: "Valorizar o Trabalho, Dignificar os Trabalhadores" e a discriminação ainda existente para com as mulheres. 


"Temos consciência de que muitos milhares de trabalhadores encontram-se, ainda, com um trabalho precário. Muitas mulheres que tendo ou fazendo o mesmo trabalho do que homens e tendo também mais ou as mesmas habilitações ganham hoje ainda um vencimento menor, têm grandes dificuldades no acesso a promoções e quantas vezes têm problemas porque são mães e usufruem da licença", lembrou.


"Quero demonstrar o meu repúdio para com a situação vivida pelos jovens que tentam entrar no mercado de trabalho"


César Campos, Presidente da UGT-Braga, falou do "repúdio" que sente no ingresso dos jovens no mercado de trabalho. O dirigente bracarense mencionou que se o país "reconhece e aplaude" a criação de mais postos de trabalho também não se pode deixar de "lamentar os índices elevados" de precariedade que estão a ser vividos na juventude portuguesa. 


O Presidente da UGT-Braga defendeu ainda que os portugueses se devem "juntar" para ajudar esses jovens a terem uma oportunidade de criar e viver uma "vida digna" com as suas famílias.





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